Funcionários de seis hospitais federais do Rio de Janeiro protestaram hoje (22) em frente ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). A categoria está em greve desde 15 de maio. A agenda de reivindicações inclui recuperação salarial, concorrência pública e reestruturação de unidades, consideradas sucateadas ao longo dos últimos anos.
Os manifestantes também organizaram uma passeata em duas pistas da Avenida Brasil e uma assembleia em frente ao Into, que decidiu aderir à greve dos funcionários da unidade. Eles se juntarão aos trabalhadores dos hospitais de Lagoa, Ipanema, Servidores, Andaraí, Cardoso Fontes e Bonsucesso.
“O balanço que fazemos é que o ato deu certo. Os servidores caindo, declarando que entrarão em greve. E a adesão da categoria é maravilhosa, fazendo piquetes em todas as portas, conscientizando a população usuária e colaboradores. Claro que você tem alguma diferenciação de modo de operação greve, porque temos vários serviços dentro das unidades. Mas todas as seis unidades das redes federais estão em greve e esta semana, como previsto, começamos a caminhar em direção ao instituto”, disse Cristiane Gerardo, do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social do Estado de Rio. de Janeiro (Sindsprev-RJ).
Os funcionários reclamam da proposta de reajuste zero nos salários deste ano e apenas da correção dos valores de alimentação, creche e benefícios de saúde, feita pelo governo federal. Dizem que não houve nenhuma nova proposta que atendesse às reivindicações do movimento.
“Infelizmente, estamos aguardando o governo negociar com os grevistas. Nossa agenda é extremamente justa. Isso representa uma perda salarial de 49%. É uma carreira que não valoriza servidores. Hoje, temos mais de mil moradores em toda a rede federal. Funcionários de nível superior trabalham como preceptores e não recebem nada por isso. Não recebemos bônus por qualificações. Temos médicos na rede, mestres, especialistas. Somos treinados para melhor atender os usuários e queremos um incentivo. Para que possamos oferecer cada vez mais saúde pública e assistência de maior qualidade”, disse Cristiane Gerardo.
Outras reivindicações são contra desvios de função, pagamento incorreto de periculosidade, não convocação de concursos públicos desde 2005, falta de 12 mil profissionais e ameaça de entrega da rede federal ao município.
Sobre os próximos passos, os funcionários farão uma reunião virtual na próxima segunda-feira (27), para avaliar a greve. Um evento unificado também está previsto para o dia seguinte, na porta do Hospital do Andaraí, às 11h. Segundo o Sindsprev, a unidade foi escolhida porque há pressão da direção do hospital sobre os funcionários. Está em discussão outro ato unificado para acontecer em Copacabana, com data provável para 9 de junho.
Procurado pela reportagem Agência Brasilo Ministério da Saúde divulgou a seguinte nota, na qual diz ter recebido as demandas dos funcionários e reforça o compromisso de manter o diálogo com a categoria.
“A orientação do Departamento de Gestão Hospitalar é que seja mantido o pleno funcionamento dos serviços dos Hospitais Federais para que não haja descontinuidade na assistência prestada à população. O Ministério reforça que vem trabalhando para reconstruir e fortalecer os Hospitais Federais em Rio de Janeiro Entre as medidas adotadas incluem a instalação do Comitê Gestor, a convocação de mais de mil profissionais e a prorrogação de mais de 1.700 contratos temporários, além da instalação de uma mesa de negociação para atender as demandas do país. trabalhadores de hospitais federais”.
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