Os médicos têm relatado um aumento no número de casos de herpes zoster no Brasil, isso estaria acontecendo porque adultos que tiveram varicela na infância continuam vulneráveis à reativação do vírus em momentos de imunidade reduzida.
A vacina contra varicela só começou a ser aplicada em 1990, o que significa que muitas pessoas que tiveram a doença quando crianças podem agora desenvolver herpes zoster. Algumas estimativas sugerem que 95% dos adultos brasileiros têm o vírus da varicela no organismo, o que leva às duas doenças.
Também conhecido como herpes zoster, o herpes zoster é uma doença muito dolorosa e incômoda, que coça e leva à formação de um rastro de feridas pelo corpo. Na sua forma mais grave, o herpes zoster pode causar cegueira, dor crônica e aumentar o risco cardíaco do paciente.
“Não há outra maneira de prevenir o herpes zoster a não ser através da vacinação. Além das lesões de pele, o maior risco é a neuralgia pós-herpética, uma dor extremamente intensa. A vacina, além de diminuir a ocorrência da doença, também diminui a chance dessas dores aparecerem”, explica o infectologista André Bon, da Exame Medicina Diagnóstica, da rede Dasa no DF.
Os casos são mais frequentes?
Segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento no número de casos da doença nos últimos anos. Só em 2023, foram confirmados 1.400 casos no Brasil, mas o governo atribui o aumento ao aumento no número de testes.
Até 23 de abril deste ano, foram realizados 2.034 testes com 173 resultados positivos. O Ministério da Saúde informou que o herpes zoster não consta na lista nacional de doenças de notificação obrigatória, o que poderia levar à subnotificação.
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Popularmente conhecido como herpes zoster, o herpes zoster é uma doença infecciosa causada pelo mesmo vírus da varicela. O diagnóstico normalmente é feito com base na avaliação clínica dos sinais e sintomas do paciente, além da observação das lesões cutâneas.
Memórias/istock
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A doença pode se manifestar a qualquer momento em pessoas que tiveram varicela ou herpes zoster em algum momento da vida. O vírus permanece inativo no corpo por muitos anos e pode ser reativado de forma mais localizada em um nervo
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Quando a imunidade está baixa, por exemplo, o vírus pode se replicar novamente, provocando o aparecimento de sintomas. A condição também tem maior probabilidade de aparecer em pessoas com mais de 60 anos, que fazem uso prolongado de corticoides, quimioterapia ou que possuem doenças que fragilizam o sistema imunológico, como AIDS ou Lúpus.
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Para as pessoas que nunca tiveram varicela ou que não foram vacinadas, o herpes zoster é contagioso. Portanto, crianças ou outras pessoas que nunca foram infectadas pelo vírus devem permanecer afastadas dos pacientes com a doença e não ter contato com objetos pessoais do paciente.
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Entre os principais sintomas do herpes zoster estão coceira intensa no local afetado, dor, formigamento ou queimação na região, febre baixa, bolhas e vermelhidão que afetam principalmente a região do peito, costas ou barriga.
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O tratamento envolve medicamentos antivirais e analgésicos prescritos pelo seu médico para aliviar a dor e curar feridas mais rapidamente. Fortalecer o sistema imunológico pode ser uma boa estratégia de prevenção
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Durante o tratamento também devem ser tomados cuidados como lavar diariamente a área afetada, sem esfregar, e secar bem o local. Use roupas confortáveis de algodão, coloque uma compressa fria de camomila no local e não aplique pomadas ou cremes sem prescrição médica.
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Entre as complicações mais comuns do herpes zoster está a dor contínua por várias semanas ou meses, mesmo após o desaparecimento das bolhas na pele. Entre os menos comuns estão a inflamação da córnea e problemas de visão, necessitando de acompanhamento por um oftalmologista.
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A vacina é a única forma eficiente de prevenir a doença e suas complicações. Até então, a vacina era recomendada apenas para maiores de 60 anos. Porém, recentemente, a vacina para adultos maiores de 18 anos chegou às clínicas privadas brasileiras
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A imunização é realizada com duas doses, e cada uma tem preço recomendado de R$ 843 – totalizando R$ 1.686 –, mas o valor pode variar entre as clínicas. A vacina não é oferecida pelo SUS
Comercial de Catherine Falls / Getty Images
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Quais vacinas estão disponíveis?
Existem no mercado dois imunizantes contra herpes zoster, Zostavax, produzido pela MSD, e Shingrix, da GlaxoSmithKline (GSK). A segunda é a versão mais moderna, com tecnologia recombinante, que utiliza pedaços do vírus que não são capazes de causar a doença.
A mais antiga é feita da forma tradicional, com vírus atenuado. É cada vez menos frequente encontrar Zostavax disponível, uma vez que a procura diminuiu após a criação de uma vacina muito mais avançada.
A vacina MSD foi administrada em dose única. Shingrix é administrado em duas doses, com intervalo de 2 a 6 meses entre as doses.
Há planos de incorporá-los ao SUS?
Embora o Zostavax tenha sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2008, a farmacêutica não solicitou incorporação ao SUS. A fabricante da Shingrix, criada em 2018, também não solicitou incorporação.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirma que há discussões para incluir essas vacinas no Programa Nacional de Imunizações (PNI), mas há entraves.
“É uma doença importante, principalmente nos idosos, e pode ser prevenida, mas ainda é uma vacina muito cara. Se houver a decisão de incorporá-lo, certamente será para um público pequeno como pessoas gravemente imunocomprometidas ou pessoas com mais de 80 anos”, afirma o médico.
Qual é o seu preço na rede privada?
Dependendo da cidade do país e da vacina escolhida, a dose da vacina contra herpes zoster pode custar de R$ 400 a R$ 1 mil na rede privada.
Para quem a vacina é recomendada?
Adultos com mais de 50 anos devem tomar a vacina, pois o risco de desenvolver herpes zoster aumenta significativamente com a idade.
Além desse grupo, também devem tomar a vacina pessoas maiores de 18 anos imunocomprometidas e indivíduos que já tiveram episódio anterior de herpes zoster. Embora a infecção anterior possa conferir alguma imunidade, a vacina previne recorrências e reduz a gravidade dos sintomas futuros.
A médica Marcela Rodrigues, diretora da clínica de vacinas Salus Imunizações, em São Paulo, afirma que a busca por imunizantes vem aumentando. “As pessoas estão mais conscientes dos riscos e mais médicos recomendam que os pacientes sejam vacinados sempre que possível. Além disso, estamos diante de um envelhecimento da população, o que aumenta o grupo de risco”, finaliza o médico.
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