O presidente do Banco Central (AC), Roberto Campos Neto, disse, nesta sexta-feira (24/5), que o aumento das “expectativas de inflação é uma péssima notícia para o BC”. A afirmação foi feita no X Seminário Anual de Política Monetária, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), no Rio de Janeiro.
Na segunda-feira (20/5), os cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados semanalmente em pesquisa realizada pelo BC, o Relatório Focus, pioraram as projeções para os principais indicadores econômicos do país. Elevaram a estimativa da inflação, do dólar e da taxa básica de juros, a Selic. Como bônus, reduziram a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB).
No caso da inflação, as previsões subiram tanto para 2024 (pela segunda vez consecutiva) como para 2025 (pela terceira vez consecutiva). Com isso, o mercado passou a projetar que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deverá encerrar este ano em 3,80%, ante 3,76% na semana passada. Para 2025, a estimativa foi de 3,66% para 3,74%.
No seminário no Rio, que homenageou Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do BC falecido em fevereiro, Campos Neto fez uma breve retrospectiva das projeções de inflação. “Eles ficaram mais ou menos parados para 2025 na casa dos 3,5% e foram para os 3%” com a definição da meta. Depois disso, “houve algum ruído na mudança de governo”, na transição de Bolsonaro para Lula, quando se cogitou mudar a mesma meta e a previsão saltou para 4%. “Voltou para 3,5%, onde estava há cerca de 40 semanas e, mais recentemente, aumentou”, disse ele.
Na prática, uma estimativa mais alta para a inflação em 2025 é mais uma pedra no sapato da redução da taxa de juros, atualmente fixada em 10,50% ao ano. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define o tamanho da Selic, a liderança do BC já optou por um corte de 0,25 ponto percentual, em decisão dividida, em detrimento de uma redução de 0,50 ponto percentual .
Rio Grande do Sul
No seminário desta sexta, Campos Neto disse ainda que o Banco Central está monitorando as possíveis consequências para a inflação, em decorrência da tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Os técnicos observam, notadamente, possíveis alterações nos preços de produtos como aveia, arroz e trigo.
O presidente do BC, porém, considerou precipitadas as estimativas das perdas gerais registradas no estado. Ele disse ver números com variação muito grande, indo de 0,2% a 2% do PIB. Para ele, será preciso mais tempo para ter uma ideia mais clara do impacto econômico causado pelo problema.
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