Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – A busca por proteção na reta final desta sexta-feira, antes do feriado de segunda-feira nos Estados Unidos, fez com que a moeda à vista fechasse o dia levemente mais alta frente ao real, em movimento também influenciado por comentários sobre a inflação de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no exterior a moeda norte-americana cedeu frente a grande parte das demais moedas.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1682 reais na venda, leve alta de 0,29%. Na semana, a moeda acumulou alta de 1,28%.
Às 17h12, na B3 (BVMF:) o contrato de primeiro vencimento subia 0,49%, a 5,1690 reais na venda.
A moeda norte-americana voltou a oscilar dentro de margens muito estreitas durante a maior parte da sessão, com os preços ora influenciados pelo exterior, ora reagindo à procura de proteção antes do feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, na próxima segunda-feira.
Às 9h37, o dólar à vista atingia a cotação mínima de 5,1306 reais (-0,44%), acompanhando a queda da moeda norte-americana frente a outras moedas no exterior, onde os investidores estavam obtendo lucros recentes.
Ainda pela manhã, porém, o dólar voltou à estabilidade frente ao real, sem forças para movimentos mais consistentes.
“O mercado hoje alterna entre estabilidade e uma pequena queda, às vezes, ou alta. Não há fatores muito fortes”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos, no meio da tarde.
Na reta final dos negócios, porém, os investidores fizeram o tradicional movimento protetivo, antes do feriado de segunda-feira nos EUA, e partiram em busca de dólares. Como resultado, os preços aceleraram um pouco.
O movimento também foi respaldado, segundo operador ouvido pela Reuters, em declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Campos Neto afirmou que as expectativas de inflação têm sido uma má notícia no Brasil. Além disso, segundo ele, o ambiente externo e a credibilidade do BC podem explicar a desancoragem das expectativas de inflação, além de uma possível piora na percepção do Brasil.
“Mais recentemente, vimos que as longas curvas norte-americanas (de juros) voltaram e a taxa terminal até voltou um pouco, mas o Brasil não melhorou quase nada. mercado emergente mundial, o que sugere que foi adicionado à curva um prêmio (de risco) específico para o Brasil”, afirmou Campos Neto.
Após as declarações de Campos Neto, as taxas DI (Depósitos Interfinanceiros) ficaram positivas e o dólar renovou suas máximas frente ao real. Às 15h41, o dólar à vista atingiu a máxima diária de 5,1770 reais (+0,46%).
O avanço do dólar frente ao real contrastou com o exterior, onde a moeda norte-americana registrou forte queda.
Às 17h10, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta ponderada de seis moedas – caía 0,32%, para 104,720.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional oferecidos para rolagem dos vencimentos de agosto.
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