Até o primeiro trimestre de 2023, 11,2 milhões de brasileiros com 5 anos ou mais não haviam tomado nenhuma dose de vacina contra a Covid-19. Os motivos para não estar imunizado contra a doença que matou 712.205 pessoas no Brasil são muito diversos, incluindo crenças pessoais, medo de reações adversas ou recomendações de um profissional de saúde.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (24/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde. Na última edição da pesquisa, realizada no primeiro trimestre de 2023, foi incluído no questionário um módulo suplementar de perguntas para investigar aspectos relacionados à Covid-19, incluindo vacinação, ocorrência de infecção e persistência de sintomas.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) considera vacinado aquele que possui o esquema primário de duas doses da vacina contra a Covid-19. A meta é vacinar 90% da população para manter a circulação do vírus sob controle —58,6% da população completou o esquema vacinal, segundo dados da PNAD.
Razões para não se vacinar contra a Covid-19
Durante a pesquisa do IBGE, os brasileiros foram questionados sobre quantas doses da vacina já haviam tomado até aquela data e, caso não tivessem, o que levou à decisão de não se vacinar.
Entre os adultos, o principal motivo mencionado foi “não confia nem acredita na vacina” (36%), seguido de “medo de reação adversa ou injeção” (27,8%) e “não acha necessário, acredita na imunidade e/ou já teve Covid” (26,7%). Em menor grau, “por recomendação de um profissional de saúde”, “a vacina que eu queria tomar” não estava disponível ou foram mencionados outros motivos não elencados.
Entre os mais jovens – com idade entre 5 e 17 anos – “medo de reação adversa ou injeção” foi o mais citado (39,4%), seguido de “não acha necessário, acredita na imunidade e/ou já teve Covid” (21,7%) e “não confia nem acredita na vacina” (16,9%). Os pesquisadores destacam que para crianças e adolescentes a decisão de não se vacinar pode ter partido dos pais ou responsáveis.
As crianças estão mais desprotegidas
Entre os 11,2 milhões de pessoas não vacinadas, correspondentes a 5,6% da população brasileira com 5 anos ou mais, 6,3 milhões eram homens e 4,9 milhões eram mulheres. Destes, 5,7 milhões eram crianças ou adolescentes, com idade entre 5 e 17 anos; e 5,5 milhões eram adultos, com 18 anos ou mais.
Proporcionalmente, o grupo mais jovem apresentava maior proporção de pessoas não vacinadas: 14,8% do total de crianças e adolescentes não haviam tomado nenhuma dose da vacina contra a Covid-19 até a data do inquérito. Entre os adultos, apenas 3,4% deles não foram vacinados.
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Os pais devem ter cuidado para evitar erros na aplicação da vacina nos filhos, pois elas têm dinâmicas próprias.
Pixabay
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Segundo a Fiocruz, vacinar as crianças contra a Covid é necessária para evitar que o vírus circule em níveis elevados, além de garantir a saúde das crianças.
Pixabay
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Embora não seja necessária prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais consultem um profissional de saúde antes de levarem seus filhos para receber a vacina.
Agência Brasil
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Segundo a Anvisa, a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação se deve à administração de produto errado para a faixa etária, dose inadequada e preparo incorreto do produto.
Agência Brasil
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A vacina infantil vem em embalagem laranja, diferente da versão para maiores de 12 anos, que é roxa. A seringa utilizada é de 1ml, e o volume aplicado deve ser de 0,2ml
Agência Brasil
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A correta identificação das doses para crianças de 5 a 11 anos é uma obrigação do poder público, que também deve garantir uma formação eficiente a todos os responsáveis.
Agência Brasil
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Segundo a Pfizer, a quantidade aplicada em crianças foi cuidadosamente selecionada com base em dados de segurança e imunogenicidade.
Agência Brasil
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Os estudos clínicos da farmacêutica indicaram menor possibilidade de reações adversas com o uso de doses mais baixas. As respostas imunológicas também foram mais eficientes porque as crianças normalmente apresentam uma resposta imunológica mais robusta.
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos foram relacionados à vacina. Nenhum deles era sério
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Vacinação incompleta
Embora ainda haja quem não queira ser vacinado contra a Covid-19, 58,6% da população afirmou ter tomado todas as doses recomendadas até o primeiro trimestre de 2023.
Os pesquisadores também buscaram entender os motivos pelos quais as pessoas que haviam tomado a primeira dose não retornaram para completar o esquema vacinal. O principal motivo foi “esquecimento ou falta de tempo” (29,2%).
Mas também houve quem não o fez porque “não achou necessário, tomou as duas doses que queria e/ou não confiou na vacina” (25,5%), porque “estavam à espera ou não completar o intervalo para tomar a próxima dose” (17,5%), porque tinham “medo de alguma reação adversa ou tiveram reação forte a uma dose anterior” (16,5%), por outros motivos (6,8%), ou porque “a vacina que queriam não estava disponível” (4,6%).
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