São Paulo – Em meio à tragédia ambiental enfrentada pelo Rio Grande do Sul, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) deixou mais da metade das cidades listadas como de risco no estado sem dinheiro de Defesa Civil para lidar com desastres climáticos.
O mapeamento do governo federal indica que existem 1.900 cidades brasileiras mais suscetíveis a deslizamentos, enchentes e alagamentos, sendo 173 delas somente em São Paulo. Porém, entre 2023 e 2024, apenas 57 desses municípios paulistas receberam investimento da Defesa Civil estadual para gestão de riscos de desastres naturais.
O levantamento foi realizado por Metrópoles com base em dados da Secretaria da Fazenda do Estado dos dois anos de governo Tarcísio.
Dos mais de R$ 155 milhões comprometidos, ou seja, reservados no orçamento da Defesa Civil para questões climáticas, quase metade (R$ 76 milhões) foi direcionada para 136 municípios que não eram considerados os mais suscetíveis a tragédias.
As 57 cidades que aparecem no mapeamento federal como mais propensas a enfrentar as consequências das fortes chuvas receberam, até o momento, R$ 78 milhões empenhados pelo governo Tarcísio.
Procurada, a Defesa Civil afirmou que a escolha das cidades que receberão os repasses segue critérios técnicos “de acordo com o risco iminente de emergências climáticas”.
Prioridades
A cidade que mais recursos recebeu, até o momento, foi São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, palco de uma catástrofe que deixou 64 mortos e 2 mil desabrigados em fevereiro do ano passado.
Para o município, que tem 90 mil habitantes, foram destinados R$ 14 milhões em 2023. Até agora, não havia previsão de repasses para a cidade em 2024.
A cidade de Tupã, na zona oeste de São Paulo, é a segunda cidade com mais recursos destinados a desastres climáticos. Foram reservados R$ 9 milhões para o município, que tem 65 mil habitantes e fica em região de altas temperaturas e poucos índices pluviométricos.
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 25
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 32
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 9
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 6
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 29
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 24
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 22
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 19
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 10
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 7
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 5
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros, exército e voluntários procuram vítimas da chuva na Barra do Sary, em São Sebastião, litoral norte de São Paulo 2
Fábio Vieira/Metrópoles
0
Bertioga, Caraguatatuba e Guarujá, outras cidades do litoral paulista fortemente afetadas pelas chuvas do ano passado, receberam R$ 1 milhão cada uma do governo paulista em 2023. Assim como São Sebastião, nenhuma delas recebeu, até o momento, os repasses previstos para este ano .
Ilhabela, município que também sofreu com as fortes chuvas de fevereiro de 2023 e é listado como risco pelo governo federal, não recebeu recursos para fazer frente aos desastres.
Euclides da Cunha Paulista, com 9,3 mil habitantes, e Monteiro Lobato, com população de 4,6 mil pessoas, receberam, respectivamente, R$ 2,2 milhões e R$ 2,1 milhões da Defesa Civil para tratar de questões climáticas. As duas cidades estão localizadas em regiões que historicamente apresentam baixo índice pluviométrico no estado.
O que o governo diz
Em nota, a Defesa Civil de São Paulo afirma que “investiu mais de R$ 141,8 milhões em ações de prevenção e mitigação de desastres naturais no último ano”. Segundo a agência, “os recursos são alocados com base em critérios técnicos e de acordo com o risco iminente de emergências climáticas”.
“Os recursos beneficiaram mais de 200 municípios e foram destinados à aquisição de veículos e equipamentos, obras preventivas e restauradoras como construção de muros de contenção de encostas e rios, além da construção de pontos e travessias de aduelas”, afirma a Defesa Civil .
Ainda segundo a agência, “os investimentos permitiram também a contratação e entrega de mapas geotécnicos; aquisição do novo radar meteorológico instalado no litoral norte; instalação de sirenes em áreas de risco; e serviços voltados ao monitoramento meteorológico para todo o estado de São Paulo”.
faixa png
bandeira do brasil png
bandeirinhas do brasil png
g1 brasil
portal g1