São Paulo – Com conclusão prevista para o próximo ano, as obras do novo Colégio Militar de São Pauloao lado do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, abrigará um complexo esportivo que custará apenas R$ 45 milhões, dinheiro suficiente para construir uma escola e seis creches para atender mais de 1.100 crianças.
De acordo com o projeto de construção, iniciado em fevereiro de 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e prometido para ser entregue inicialmente em 2023, o complexo deverá contar com campo de futebol, pista de atletismo, ginásio esportivo e parque aquático.
Considerando os contratos para construção de dois pavilhões de ensino, dois pavilhões administrativos e um auditório, o Colégio Militar da capital já tem um custo total de R$ 165 milhões, quase 18% superior aos R$ 140 milhões inicialmente previstos.
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Bolsonaro inaugura pedra fundamental do Colégio Militar de São Paulo
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Trabalho no Colégio Militar de São Paulo, no Campo de Marte
Trabalho no Colégio Militar de São Paulo, no Campo de Marte
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Comando do Exército já gastou R$ 92,8 milhões na obra
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O projeto estava previsto para ser concluído neste ano, mas só deve ser entregue no ano letivo de 2024
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Para efeito de comparação, a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Jorge Jones, no Itaim Paulista, zona leste da cidade, que deve ser entregue nos próximos dias para atender 230 crianças, está orçada em R$ 12,3 milhões. O preço médio das 22 creches entregues pela Prefeitura desde o ano passado ficou em torno de R$ 5 milhões —cada unidade atende cerca de 150 crianças.
Mantida pelo Exército Brasileiro, a escola militar tem cerca de 400 alunos e funciona atualmente no mesmo quartel que abriga o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da instituição, também na zona norte. Com a nova unidade, serão oferecidas 1.000 vagas para alunos do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio.
Militar x Cívico-militar
A escola ligada ao Exército é diferente das escolas cívico-militares que o governo Tarcísio de Freitas (Republicano) pretende estabelecer em São Paulo. Contudo, os elevados investimentos públicos em escolas militarizadas para servirem de modelo de ensino são criticados por especialistas em educação.
O modelo que será adotado por Tarcísio reproduz o projeto federal que foi extinto após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no ano passado. Ele prevê escolas com professores civis, comuns a outras escolas, mas com PMs aposentados atuando em áreas administrativas e fiscalização estudantil, na expectativa de levar “disciplina militar” aos alunos.
O Colégio Militar conta com dois oficiais de cada força (Exército, Marinha e Aeronáutica), além de 65 profissionais da educação, segundo o Exército. Ambas as instituições são abertas a estudantes civis, mas o ingresso é apenas por meio de vestibular.
Tarcísio deve sancionar seu projeto de lei, aprovado em sessão que terminou com policiais agredindo e prendendo estudantes que protestavam contra a proposta, nesta segunda-feira (27/5).
Ó Metrópoles questionou o Exército na última sexta-feira (24/5) sobre os custos das obras do novo Colégio Militar de São Paulo, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço permanece aberto para manifestações.
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