O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai assinar nesta quarta-feira o contrato de concessão para a construção do Trem Intercidades Eixo Norte, que ligará São Paulo a Campinas. Em entrevista com Estadãoo governador afirmou que aproveitará a ocasião para lançar o programa São Paulo nos Trilhos, iniciativa que engloba 13 projetos entre linhas de trem e metrô, totalizando mais de 890 quilômetros na malha estadual.
Tarcísio será um dos palestrantes do Summit Mobilidade Estadão, que acontece amanhã, das 8h às 19h, na Casa das Caldeiras, em São Paulo. “Estamos montando uma carteira de longo prazo”, afirma o governador. Os projetos envolvem investimentos públicos e privados.
Para construir cerca de 890 km de novos trilhos, o investimento previsto é de R$ 130 bilhões apenas entre os nove projetos já incluídos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Além deles, estão em estudo três trens intermunicipais: São José dos Campos-Taubaté, Sorocaba-Campinas-Ribeirão Preto e Campinas-Araraquara, além da Linha 22-Marrom do Metrô, que liga São Paulo a Osasco e Cotia. Confira abaixo trechos da entrevista com o governador.
Como será o programa São Paulo nos Trilhos?
Lançaremos em 29 de maio. Nesse dia assinaremos o contrato do Trem Intercidades Eixo Norte, que é o trem Campinas-São Paulo. Chegamos ao final do processo agora, vamos assinar o contrato de concessão e vamos aproveitar e lançar o programa São Paulo nos Trilhos. Já temos nove projetos de mobilidade urbana qualificados em nosso Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). E há mais quatro que estão em avaliação. Portanto, são 13 projetos. Existe prazo para que esses quatro projetos que estão em avaliação sejam submetidos ao PPI?
Continuaremos estudando. Estamos montando um portfólio de longo prazo, pensando no futuro. Comecemos pelas obras em andamento. Tenho a Linha 6 do Metrô, a Linha Laranja. A previsão é que essa linha comece a operar em 2026, pelo menos de Brasilândia até a estação Sesc Pompeia. Será totalmente concluído em 2027. As demais obras em andamento são na Linha 2 do metrô, no trecho Vila Prudente-Penha. Já demos ordem de serviço para o projeto executivo e nossa ideia é iniciar as obras no próximo ano no trecho Penha a Dutra. Esta é a próxima “perna”. Se eu somar essas obras que já estão em andamento, estou falando de investimentos de R$ 31 bilhões: R$ 18 bilhões para a Linha 6 e outros R$ 13 bilhões para a Linha 2. Isso é um trabalho em andamento. Temos o leilão do Intercidades Trem Eixo Norte Campinas-São Paulo, R$ 14,2 bilhões em investimento, com R$ 8,5 bilhões de contrapartida do Estado. Temos projetos bastante avançados e prontos para entrar em consulta pública: Linhas 11, 12 e 13 da CPTM. Temos também o Trem Intercidades Eixo Oeste, de Sorocaba a São Paulo. É um projeto que está bastante avançado e se conectará à Linha 8 da CPTM. As linhas 11, 12 e 13 deverão entrar em consulta pública em breve.
Ainda este ano?
Sim. O leilão acontecerá no final deste ano ou no início do próximo. A questão da definição da data do leilão é sempre discutida com o mercado. O mercado precisa se preparar. São obras de grande porte que exigirão muito investimento. Obviamente, há uma contrapartida do Estado.
E os outros projetos?
Temos um estudo que também está bastante avançado para as Linhas 10 e 14 da CPTM. A Linha 10, que já existe e chega no ABC, e a Linha 14, que é uma aposta. Seria uma linha, a primeira do tipo, que cruzará a cidade de São Paulo e ligará o ABC a Guarulhos. Atravessa toda a zona leste da capital, interligando-se com as linhas da CPTM que estão em operação. Estamos estudando as concessões das Linhas 1, 2, 3 e 15 do metrô. A ideia é que façamos a concessão combinando uma linha existente com a construção de uma nova linha. A linha existente, em operação, gera receita e necessitamos da construção de uma nova linha. Essas linhas serão combinadas com as Linhas 19, 20 e Linha 16. A Linha 16 chegará à zona leste de São Paulo, a Linha 19 ligará Anhangabaú a Guarulhos e a Linha 20 ligará o Centro de São Paulo ao ABC. Deveríamos até começar a construir essa linha pelo ABC, começando por Santo André.
Há uma demanda muito forte da população da região metropolitana pelo metrô. Quais são os planos nesse sentido?
Temos duas extensões de metrô previstas para começarem a funcionar no próximo ano: a extensão da Linha 4, que vai da Vila Sônia até Taboão, com isso chegaremos a uma cidade da região metropolitana. Aprovamos o projeto este ano. A ideia é que ela esteja operacional em 2029. E também a extensão da Linha 5, ainda dentro da cidade de São Paulo, para chegar ao Jardim Ângela. O projeto executivo está em andamento, ficará pronto no final do ano e a ideia é que iniciemos as obras no ano que vem, começando a operar também em 2029. Outro ramal é na Linha 6. Vamos aproveitar que já está mobilizado e tentaremos estender o contrato para que possamos chegar ao Eixo Norte, acrescentando mais duas estações para chegar a Campinas. Chegaremos mais aos passageiros do norte, que estão mais isolados em termos de transporte ferroviário. E também mais quatro estações no sentido sul, desde a estação São Joaquim até a Mooca. É isso que está planejado. Estamos a falar de mais de 890 quilómetros de vias, tanto de metro como de comboio, que serão acrescentadas à rede.
Existem muitos projetos que envolvem contribuições tanto do Estado como do setor privado. O mercado pode absorvê-los?
Isso consegue. Primeiro preciso distribuir isso ao longo do tempo. Obviamente, se eu chegasse agora e decidisse fazer cinco leilões de transporte metroferroviário no ano que vem, não teria player (empresa) para tudo. Tenho que administrar: posso fazer dois, três leilões por ano. Não posso fazer mais do que isso porque vai faltar capacidade no mercado.
O QUE: SUMMIT MOBILIDADE ESTADÃO QUANDO: AMANHÃ, DAS 8h ÀS 19H, EM SP INGRESSOS: online.evnts.com.br/evento/summitmobilidade2024
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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