Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda à vista encerrou o pregão desta terça-feira em queda frente ao real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana frente a outras moedas de exportadores de commodities no exterior, ainda que a pressão baixista tenha sido mais intensa no período da manhã, antes da aceleração do Rendimentos do Tesouro nos EUA.
O dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1539 reais na venda, queda de 0,35%. Em maio, a moeda acumulou queda de 0,75%.
Às 17h05, na B3 (BVMF:) o contrato de primeiro vencimento caía 0,33%, a 5,1570 reais na venda.
A moeda norte-americana flutuou em baixa em relação ao real ao longo da sessão, mas novamente os movimentos ocorreram dentro de margens estreitas, com os investidores permanecendo cautelosos antes da divulgação de dados importantes sobre a inflação nas economias centrais ao longo da semana.
Na primeira metade do dia, o real foi favorecido pela busca global por ativos de risco, que fez o dólar cair em relação à maioria das outras moedas.
Após atingir cotação máxima de 5,1704 reais (-0,03%) às 9h02, logo após a abertura, o dólar à vista atingiu mínima de 5,1352 reais (-0,71%) às 10h31.
O movimento ocorreu paralelamente ao fechamento da curva a termo brasileira, após a publicação de números favoráveis de inflação medida pelo IPCA-15.
Ainda antes do final da manhã, o dólar já havia recuperado força frente ao real, aproximando-se da estabilidade. Na ausência de drivers internos, os preços no Brasil acompanharam as flutuações do dólar no exterior.
“Desde a manhã vi um movimento absolutamente alinhado com a frente externa, diante de uma valorização em bloco das moedas emergentes, ligadas aos países exportadores de commodities”, comentou durante a tarde o diretor da consultoria cambial FB Capital, Fernando Bergallo.
Quando o dólar recuperou alguma força lá fora, na esteira da aceleração dos rendimentos do Tesouro, os preços aqui no Brasil também se recuperaram. Mesmo assim, o dólar passou por mais uma sessão em que as margens de oscilação frente ao real foram estreitas.
“Acho que tem a ver com a questão do Fed. Ninguém é capaz de prever o que vai acontecer (na política de taxas de juro dos EUA)”, disse Bergallo. “Os investidores estrangeiros (estão) cautelosos, as apostas (estão) divididas.”
No restante da semana, as atenções estarão voltadas para a divulgação dos índices de preços ao consumidor dos países da zona do euro e do índice de inflação PCE dos Estados Unidos, na sexta-feira.
Como quinta-feira será feriado no Brasil, a expectativa é que a sessão de quarta-feira já esteja contaminada pela disputa sobre a formação da Ptax de fim de mês – taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para liquidação de contratos futuros.
Ao final de cada mês, os agentes financeiros costumam tentar direcioná-lo para níveis mais convenientes para suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta dos preços) ou vendidas em dólar (no sentido de queda).
Às 17h11, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – subia 0,04%, para 104,600.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional oferecidos para rolagem dos vencimentos de agosto.
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