O governo federal quer aumentar o preço mínimo dos cigarros para compensar parte da desoneração tributária da folha salarial de 17 setores da economia e municípios mantida em 2024, segundo o relatório. Estadão/Transmissão (Sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). A proposta deverá ser publicada por decreto e poderá constar na medida provisória (MP) que conterá todas as alternativas de compensação da política salarial. Quem acompanha as negociações estima que a iniciativa poderá gerar de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões aos cofres, mas os números podem passar por revisão.
Estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) publicado no ano passado mostra que, desde 2017, o Brasil não aumenta o preço mínimo dos cigarros, resultando em redução sustentada do valor médio real de um maço de 20 unidades fabricado por empresas legalmente registradas no país. Em 2016 foi publicado o último decreto sobre o tema, quando o preço mínimo passou a ser de R$ 5.
A Lei 12.546, de 2011, criou uma política de preço mínimo para cigarros, com vigência a partir de maio de 2012, quando esse piso passou a ser de R$ 3, aumentando anualmente em R$ 0,50 até atingir R$ 4. ,50 em 2015. O preço mínimo é válido em todo o território nacional e qualquer cigarro vendido abaixo desse valor será ilegal, diz o site do Inca.
A Receita Federal calcula que serão necessários R$ 25,8 bilhões para ressarcir a perda de arrecadação com a prorrogação da isenção – R$ 15,8 bilhões referem-se à renúncia fiscal com o benefício concedido aos 17 setores da economia, e os demais R$ 10 bilhões para a mudança na tributação da prefeitura. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que será editada uma MP contendo mais de uma medida compensatória.
Saúde e impostos
Além da arrecadação de recursos, a iniciativa de aumento do preço mínimo dos cigarros também apela à agenda da saúde pública. O Inca destaca, por exemplo, que aumentar os impostos e os preços deste produto é a medida mais eficaz, especialmente entre os jovens e as populações mais pobres, para reduzir o consumo.
Artigo publicado em 2022 pela Universidade Católica de Brasília também concluiu que o preço mínimo de R$ 5 está ultrapassado e que, portanto, seu efeito na redução do consumo ao encarecer os cigarros legais perdeu eficácia. O documento diz ainda que são necessários aumentos regulares do preço mínimo dos cigarros para atingir os objectivos de saúde pública e de política fiscal. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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