Por Patrícia Vilas Boas
(Reuters) – A Gol (BVMF:) informou nesta sexta-feira que registrou prejuízo líquido de 395 milhões de reais em abril, em meio a conversas entre sua controladora e a rival Azul (BVMF:) sobre “possíveis oportunidades” e um recente acordo de codeshare.
A receita líquida da empresa, que está em recuperação judicial nos Estados Unidos, totalizou 1,34 bilhão de reais no mês passado, enquanto a dívida líquida atingiu 23,3 bilhões de reais no período.
Os números fazem parte do relatório operacional mensal da empresa, enviado ao tribunal de falências dos EUA, conforme exigido durante o processo de recuperação judicial da empresa.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) foi de 135 milhões de reais em abril, com margem EBITDA de 10%, segundo fato relevante.
A Gol não divulgou a leitura de março, pois o recorde coincidiu com a publicação do seu balanço do primeiro trimestre, quando registrou prejuízo líquido de 130,2 milhões de reais, em desempenho afetado principalmente por despesas financeiras.
Paralelamente, a empresa anunciou que foi aprovada em reunião do conselho de administração a eleição de Eduardo Guardiano Leme Gotilla como CFO da empresa, em substituição de Mario Tsuwei Liao, que apresentou pedido de demissão.
Gotilla, que é ex-diretor financeiro da Light (BVMF :), começará a atuar no cargo a partir do dia 3 de junho, segundo fato relevante.
A companhia aérea entrou com pedido de proteção contra falência no Tribunal Norte-Americano, processo conhecido como Capítulo 11, em janeiro deste ano e desde então a sua situação económica tem estado sob forte escrutínio.
A empresa divulgou no início desta semana seu plano financeiro de cinco anos, visando sair da recuperação judicial e melhorar seus resultados, que envolve aumento de capital de 1,5 bilhão de dólares e refinanciamento de 2 bilhões de dólares em dívidas.
Além disso, a concorrente Azul informou que tem mantido conversas independentes com a Abra, holding controladora da Gol, para “explorar possíveis oportunidades”, embora ainda não haja um acordo definido.
Gol e Azul são, respectivamente, a segunda e a terceira maiores companhias aéreas do Brasil em receita por passageiro-quilômetro, uma medida de tráfego. Cada uma tem cerca de 30% de participação no mercado nacional, atrás dos 40% da Latam, segundo dados da Anac. Ambos assinaram recentemente um acordo de “codeshare” que abrange mais de 150 destinos.
(Reportagem de Patrícia Vilas Boas, em São Paulo)
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