Por Patrícia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) – A Bolsa fechou em queda nesta sexta-feira, operando em faixa restrita de negociação e sem direção única nos índices de Wall Street, e acumulou perda de mais de 3% no mês.
O índice de referência do mercado de ações brasileiro, o Ibovespa, caiu 0,5%, para 122.098,09 pontos. Na máxima da sessão, atingiu 122.837,28 pontos. No pior momento, atingiu 121.928,86 pontos, renovando o mínimo do ano.
O volume financeiro totalizou 33 bilhões de reais.
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a semana que teve um dia útil a menos devido ao feriado de Corpus Christi na quinta-feira, com queda acumulada de 1,78%. No mês, a perda foi de 3,04%.
Para a estrategista de ações Jennie Li, da XP (BVMF :), além da pouca liquidez devido à volta do feriado, o dado mais aguardado do dia, o índice de preços PCE nos EUA, não teve grande efeito no mercados.
A medida de inflação preferida do Federal Reserve, o PCE subiu 0,3% em abril. Na base anual, subiu 2,7%, após aumentar o mesmo valor em março. Os resultados tanto do mês quanto do ano ficaram em linha com as projeções dos economistas consultados pela Reuters.
Para o economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares, apesar de um PCE dentro das expectativas, o indicador ainda está longe da meta de 2% do Fed. Chamou a atenção para o facto de a inflação dos bens começar a subir, mesmo a partir de um nível baixo, antes da consolidação da desinflação no sector dos serviços.
“E a história nos mostra que, em situações como essa, a inflação fica mais resistente a cair. Confira.”
Ainda assim, as expectativas de um corte nas taxas de juro em Setembro subiram para mais de 50%, em comparação com os 48,7% observados antes dos dados, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.
Os principais índices de ações norte-americanos fecharam sem direção única, com o eo subindo, mas próximo da estabilidade.
No Brasil, para a próxima semana, as atenções se voltam para o relatório Focus do Banco Central, bem como para os dados do Produto Interno Bruto (PIB). No exterior, o foco está nos PMIs de vários países, um importante indicador da atividade económica.
DESTAQUES
– PETROBRAS PN (BVMF:) avançou 3,12%, apesar da queda dos preços no mercado externo. A estatal informou que recebeu solicitação de acionistas minoritários para convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para eleger conselheiros e presidência do conselho, mas que entende não haver motivos para a convocação. Ainda assim, a empresa disse que submeterá os pedidos para avaliação jurídica. No setor, a PETRORECONCAVO subiu 4,17%. Na visão de Felipe Martins Passero, sócio da InvestSmartXP, a alta das ações relacionadas ao petróleo se deve às expectativas em relação à reunião da OPEP+, que deverá manter os cortes na produção de petróleo.
– VALE ON (BVMF:) teve variação negativa de 0,06%, com queda nos futuros, que encerrou a semana em baixa, com a demanda de curto prazo e dados desanimadores das fábricas na China pesando no sentimento. O contrato mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian encerrou a sessão da tarde com queda de 1,7%, a 865 iuanes por tonelada. Na semana, o contrato caiu 4,7%.
– ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) perdeu 1,02%, registrando a nona sessão consecutiva de queda, enquanto BRADESCO PN (BVMF:) perdeu 0,94%, quarta sessão de queda. Na semana, ambos caíram 2,6% e 2,3%, respectivamente. SANTANDER UNIT (BVMF:) fechou com alta de 0,14%.
– GPA (BVMF:)ON caiu 7,72%, com analistas do Itaú BBA retomando a cobertura da ação com recomendação neutra. O preço-alvo do banco para as ações do grupo ao final de 2024 é de 3,7 reais. “Nosso modelo incorpora as melhorias operacionais da empresa e a nova estrutura de capital, mas não esperamos que o lucro líquido entre em território positivo em 2025”, afirmaram.
– REVISTA LUIZA ON (BVMF:) fechou com alta de 2,57%. Como pano de fundo, a empresa informou nesta quarta-feira que a gestora Alaska Investimentos passou a deter 5,14% do total de suas ações ordinárias. O GRUPO CASAS BAHIA ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 0,28%.
– TOTVS ON (BVMF:) fechou com alta de 1,13%, em meio a comunicado, divulgado na quarta-feira pré-feriado, reduzindo a participação do fundo GIC Private Limited na Totvs para 5,77%.
– AZUL PN (BVMF:) subiu 2,05%, após cair no último dia útil, em meio a notícias de que mantém negociações com o controlador da Gol (BVMF:) para “explorar possíveis oportunidades”, após acordo de codeshare entre empresas que, em a opinião do seu executivo-chefe, John Rodgerson, não deveria enfrentar obstáculos antitruste. GOL PN perdeu 3,48%.
– RUMO ON (BVMF:) teve queda de 0,2%, após a empresa concordar em vender sua participação de 50% em um terminal no porto de Santos (SP) para um consórcio formado por Bunge (NYSE 🙂 e Zen-Noh Grain por 600 milhões de reais. Analistas do BofA (NYSE 🙂 classificaram o acordo como “ligeiramente positivo”.
– AMERICANAS ON (BVMF:), que não pertence ao Ibovespa, afundou 11,54%. A varejista, que está em recuperação judicial após revelar um buraco contábil bilionário, disse na semana passada que espera divulgar neste mês indicadores financeiros gerenciais não auditados que reflitam seu desempenho operacional em 2023 e no primeiro trimestre de 2024.
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