Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – As taxas do DI fecharam sexta-feira em mínima firme, acompanhando a queda dos rendimentos do Tesouro no exterior, acompanhando a divulgação de dados favoráveis de inflação nos Estados Unidos e ajustando-se à queda dos rendimentos também vista na véspera, quando era feriado no Brasil.
No final da tarde, a taxa do Depósito Interbancário (DI) de janeiro de 2025 – que reflete a política monetária no curtíssimo prazo – estava em 10,395%, ante 10,429% do reajuste anterior, de quarta.
A taxa DI para janeiro de 2026 foi de 10,8%, ante 10,867% do reajuste anterior, enquanto a taxa de janeiro de 2027 foi de 11,155%, ante 11,238%. A taxa para janeiro de 2028 foi de 11,455%, ante 11,543%, e o contrato para janeiro de 2031 foi de 11,85%, ante 11,94%.
Na quarta-feira, as taxas DI subiram mais de 20 pontos-base, com os investidores aumentando suas apostas de que no ciclo atual o Banco Central não reduzirá mais a taxa básica Selic, atualmente em 10,50% ao ano, podendo até aumentar os juros no futuro se as expectativas de inflação permanecerem indefinidas.
Como quinta-feira foi feriado de Corpus Christi no Brasil, o mercado já abriu na sexta-feira ajustando os preços tendo como referência a forte alta das taxas DI na quarta-feira e a queda dos rendimentos do Tesouro na véspera, após uma revisão em baixa do crescimento do Bruto Norte-Americano Produto Interno (PIB) no primeiro trimestre.
O viés descendente foi reforçado pela divulgação do índice de inflação PCE, fato amplamente observado na formulação da política monetária. O indicador subiu 0,3% em abril, informou o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, igualando os dados de março. Na base anual, o indicador cresceu 2,7%, mesmo percentual de março. Os resultados tanto do mês quanto do ano ficaram em linha com as projeções dos economistas consultados pela Reuters.
O núcleo do PCE subiu 0,2% em abril, abaixo dos 0,3% esperados pelos economistas.
Em reação, os rendimentos do Tesouro caíram em meio a leituras de que a perspectiva de um corte nas taxas de juros nos EUA em 2024 permanece. No Brasil, as taxas DI atingiram os níveis mais baixos da sessão. Às 9h33, logo após a divulgação do índice, a taxa contratual para janeiro de 2026 atingiu o mínimo de 10,775%, uma queda de 9 pontos base em relação ao reajuste anterior.
Depois houve alguma recuperação, mas o viés negativo dos Treasuries manteve as taxas DI em território negativo até o final da sessão.
Apesar da queda das taxas no dia, para o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, o mês foi difícil para os ativos brasileiros em geral, com “a curva longa atingindo 12%, em parte devido a questões aqui no Brasil, de temores fiscais , receios quanto aos próximos passos do Banco Central, em parte devido à deterioração do cenário externo, com os Treasuries a dez anos a ultrapassarem novamente os 4,50%”.
Porém, segundo ele, duas boas notícias surgiram na quinta e na sexta: a dos EUA e a do PCE.
“Tudo isto coloca a possibilidade de um corte nas taxas de juro (nos EUA) já em setembro, pelo que o mercado está completamente agarrado a esta próxima medida da Fed”, acrescentou Gala, numa análise enviada aos clientes pela manhã.
Perto do fechamento desta sexta-feira, a precificação da curva a termo indicava 81% de chance de manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano em junho, contra 19% de probabilidade de corte de 25 pontos-base. Para a reunião de novembro do BC, a curva precificou um aumento de 16 pontos base, ante um aumento de 28 pontos base visto na quarta-feira.
Às 16h36, o rendimento do Tesouro de dez anos – uma referência global para decisões de investimento – caiu 5 pontos base, para 4,508%.
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