Dos 11 pré-candidatos a prefeito de São Paulo, apenas dois, Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL), destacaram nas redes sociais a participação na Parada LGBT+ de São Paulo, na Avenida Paulista, neste domingo, 2. O atual O prefeito, Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição, postou texto dizendo que a cidade “acolhe todas as pessoas sem distinção”, mas não esteve presente no evento.
Todos os outros oito pré-candidatos ignoraram o evento em suas redes sociais, sem publicar sobre o Desfile até a conclusão desta reportagem.
Realizada desde 1997, a Parada do Orgulho LGBT+ na capital paulista teve como tema este ano “Chega de descasos e retrocessos no Legislativo – vote consciente pelos direitos da população LGBT+”.
Segundo o site do evento, foram mais de 50 atrações, entre músicos e influenciadores; vinte marcas parceiras e 16 trios elétricos. O evento também recebeu cerca de R$ 4 milhões de apoio da prefeitura de São Paulo.
A concentração começou por volta das 9h – o evento durou até o final da tarde, quando a multidão começou a se dispersar.
Segundo pesquisadores do grupo “Monitor do Debate Político” da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo, o evento teve pico de público por volta das 14h30, com 73,6 mil pessoas.
Guilherme Boulos, que é deputado federal pelo PSOL em São Paulo e está empatado com Nunes na disputa para prefeito, subiu no carro de som para falar no evento. Ao lado da colega de bancada Erika Hilton (PSOL-SP), ele disse que o Desfile foi “parte indispensável da cultura da nossa cidade”.
Ele evitou pedir votos explicitamente, o que é proibido pela legislação eleitoral, mas disse ter certeza de que a cidade de São Paulo “voltará às urnas este ano para dar uma resposta contra o bolsonarismo”.
Em declarações aos jornalistas presentes no local, Boulos criticou o autarca por não ter comparecido ao evento. “Acho natural que um candidato que é apoiado por Bolsonaro e que compartilha dos valores de Bolsonaro não compareça a um evento que celebra a diversidade”, disse.
A deputada federal Tabata Amaral percorreu a Paulista e distribuiu adesivos contra a homofobia.
“Gente, já estou aqui, pronto, preparado com brilhos para participar mais uma vez da parada LGBT aqui na nossa Avenida Paulista. Esse é o maior desfile do mundo, isso é motivo de orgulho para a gente. na nossa cidade de São Paulo E estamos aqui para dizer que, apesar de todos os desafios, as pessoas são feitas para brilhar. Estamos aqui para comemorar e para nos mobilizar também”, disse ela, em postagem no Instagram sobre o evento.
Ricardo Nunes, por sua vez, alegou a necessidade de passar por exame médico para não comparecer ao evento. O emedebista postou um texto no Instagram tratando das iniciativas de sua gestão em prol da população LGBT+. “A cidade de São Paulo se orgulha de ser uma cidade que acolhe todas as pessoas sem distinção. São muitos os programas e serviços que só São Paulo oferece à população LGBTI+”, diz o texto. “É isso que a cidade de São Paulo faz: oferece cuidado, atenção, educação, oportunidade de trabalho. Para todos, sem discriminar ninguém”.
Na quinta-feira, 30, Nunes foi à 32ª edição da Marcha para Jesus, também em São Paulo, e falou ao lado do apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo – Hernandes é o organizador do evento no país.
No topo do trio elétrico, ele disse que amava Jesus e até cantou. “Não vou me envergonhar, pessoal. Mas estou emocionado por estar aqui, estou. Que bênção”, disse ele, antes de fazer um dueto com o pastor.
Os demais pré-candidatos a prefeito de São Paulo não postaram nada sobre o evento em suas redes sociais – nem mesmo os de esquerda, como João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Altino (PSTU).
No caso do PSTU, houve uma postagem no Instagram da seção paulista do partido, convocando ativistas a participarem do “bloco classista e antigovernamental da parada LGBTI+”, na manhã deste domingo.
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