“A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e depois afrouxa, acalma e depois fica inquieta. O que ela quer de nós é coragem”. Este trecho, um dos mais replicados de Grande Sertão Veredas, resume um pouco do trabalho de Guel Arraes e Jorge Furtado nos bastidores da adaptação da obra de Guimarães Rosa.
Considerado um dos filmes nacionais mais esperados do ano, Grande Sertão é fruto de um trabalho audacioso, iniciado antes mesmo da pandemia da Covid-19, e chega às telonas nesta quinta-feira (6/6), transportando a saga de Riobaldo e Diadorim para um cenário urbano e subdistópico. O sertão é retratado como um complexo de favelas, onde a guerra entre o crime e a polícia redefine os antigos conflitos dos gangsters.
Escalado para interpretar Riobaldo na obra, Caio Blat não poderia estar mais confortável contribuindo no roteiro desafiador de Guel e Jorge. É a terceira vez que ele assume o papel, desde 2017. A primeira e a segunda foram, respectivamente, na peça e no filme dirigidos por Bia Lessa. “O filme do Guel tem muitas novidades, é uma adaptação muito ousada”, destaca o ator, em entrevista ao Metrópoles.
Mesmo com a familiaridade dos últimos anos com a obra, que considera “fundamental na literatura brasileira”, Caio destaca o desafio de vivenciar Riobaldo como personagem e narrador, na disposição de seu sogro, Guel Arraes.
Grande Sertão 4
Grande Sertão
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Grande Sertão – capa
Luísa Arraes e Caio Blat em cena do Grande Sertão
Grande Sertão 3
Edu Sterblitch como Hermógenes
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Grande Sertão 2
A guerra no Grande Sertão
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Grande Sertão 1
Luís Miranda como Zé Bebelo
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“São dois desafios muito grandes. Aquele velho sentado numa cadeira, contando toda a história com uma emoção muito forte. E depois raspar a barba, ser uns 30 anos mais novo e viver toda a história que ele conta sobre a guerra no sertão, o encontro com Diadorim. Interpretando esse professor comunitário e professor infantil que acaba se envolvendo no crime e se torna um dos líderes da quadrilha”, destaca Caio.
Quem encarna Diadorim, aliás, é Luísa Arraes, companheira de Caio, e a quem o ator não poupa elogios. “Fiquei muito fascinado pelo trabalho da Luísa, que acho que foi o mais desafiador de todos ali. Diadorim é um personagem que só conhecemos pela fala de Riobaldo. No livro nunca sabemos o que Diadorim pensa, o que Diadorim sente. Então, ela teve um trabalho muito difícil, criar algo do nada.”
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