O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, terá uma audiência “pessoal” com o Papa Francisco na próxima quinta-feira (6/6). Nesta terça-feira (4/6), já em Roma, na Itália, o ministro disse que “trará o abraço do presidente Lula e o manterá atualizado sobre os propósitos do Brasil”.
Haddad participa esta semana de uma série de agendas na Itália e no Vaticano com foco na promoção da proposta de taxar os super-ricos, um dos temas da presidência brasileira no G20 em 2024. O ministro estará no workshop “Enfrentar a crise da dívida no Sul Global“, Promovido por Pontifícia Academia de Ciências Sociaiso braço de estudos da Santa Sé e mantém reuniões bilaterais com os ministros das finanças.
Outros temas em pauta são o combate às mudanças climáticas — com foco na tragédia do Rio Grande do Sul, que sofre os impactos das enchentes no estado — e a crise da dívida nos países do sul global.
Com o pontífice, Haddad disse que também colocará o governo brasileiro “à sua disposição para os assuntos que são tratados pelo Vaticano e dizem respeito ao sentimento dos brasileiros por um mundo mais fraterno, por um mundo de paz, por um mundo de liberdade”.
“Será uma viagem muito proveitosa”, acrescentou em entrevista, após reunião com o ministro das Finanças de Espanha, Carlos Cuerpo.
Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Diogo Zacarias/MF
Haddad e o Ministro das Finanças da Espanha
Ministro da Fazenda espanhol, Carlos Cuerpo, e ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad
Diogo Zacarias/MF
Haddad-Roma
Ministro da Fazenda espanhol, Carlos Cuerpo, e ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad
Diogo Zacarias/MF
Haddad Roma
Fotos da bilateral com o Ministro das Finanças espanhol, Carlos Cuerpo.
Diogo Zacarias/MF
Haddad com a Itália
Ministro da Fazenda espanhol, Carlos Cuerpo, e ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad
Diogo Zacarias/MF
Cuerpo-Haddad
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Visto como um “defensor vocal da justiça social e da responsabilidade económica” pelo Tesouro, o papa poderá ser um ator-chave na divulgação da proposta aos bilionários tributários. Portanto, uma manifestação pública da mais alta autoridade da Igreja Católica a favor da proposta ajudaria Haddad a espalhar a sua mensagem à opinião pública global. Recentemente, França, Espanha, África do Sul e países latino-americanos endossaram a ideia.
Proposta para tributar bilionários
Envolve a criação de um sistema tributário internacional. Os impostos internacionais sobre as sociedades seriam de 20% e seria criado um fundo complementado pela tributação da riqueza dos super-ricos.
Esta ideia foi idealizada pelos economistas Gabriel Zucman e pela ganhadora do Prêmio Nobel de Economia Esther Duflo. O fundo contaria com US$ 500 bilhões, recursos que seriam canalizados para projetos socioambientais, com o objetivo de combater a pobreza e as mudanças climáticas.
Em abril, nos Estados Unidos, Haddad recebeu o apoio do senador norte-americano Bernie Sanders, símbolo da esquerda naquele país. No entanto, o governo americano ainda não comentou publicamente a proposta. Há resistência naquele país em tributar os super-ricos.
Para ser eficaz, a medida necessita de ampla adesão, especialmente por parte dos países mais ricos, para prevenir a evasão fiscal e aplicar multas e sanções.
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