Principal suspeita de matar o empresário e namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond, envenenado com brigadeirão, Júlia Andrade Carthemol se entregou à polícia na noite desta terça-feira (4/6) e acabou presa. A corporação acredita que ela recebeu ajuda para se esconder na Região dos Lagos.
Ela estava foragia desde 22 de maio, quando prestou depoimento ao 25ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. Na época, o delegado responsável pelo caso disse que ainda não havia base legal para prendê-la.
Ainda nesta terça-feira, a mãe e o padrasto de Júlia, Carla Cathermol e Marino Leandro, prestaram depoimento. Eles chegaram ao 25º DP para prestar depoimento pouco depois das 19h.
Os depoimentos estavam marcados para as 15h. Porém, como Carla e Marino não compareceram voluntariamente à delegacia, os dois foram levados por agentes de Maricá, onde moram, para o Rio. Eles foram entrevistados em salas separadas.
Suspeito de matar namorado com brigadeirão envenenado é ouvido pela polícia
Suspeito de matar namorado com brigadeirão envenenado é ouvido pela polícia
Reprodução/TV Globo
empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond brigadeirão
O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond tinha 45 anos
Instagram/Reprodução
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Suspeito usou doces envenenados
Para a polícia, Júlia é a principal suspeita de matar o namorado para ficar com os bens da vítima. O casal morava junto há cerca de um mês.
O corpo de Luiz foi encontrado no dia 20 de maio, em avançado estado de decomposição, no apartamento onde ele morava no Engenho Novo, Zona Norte do Rio.
Vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros por causa do cheiro. A polícia suspeita que Luiz tenha morrido no dia 17, três dias antes de o corpo ser encontrado.
“A motivação é econômica. Temos indícios de que Júlia estava em processo de formalização de união estável com a vítima. Mas, num determinado momento, o que nos parece é que a vítima desistiu de formalizar a união”, disse o delegado Marcos Buss, titular do 25º DP.
“Isso até fortalece a hipótese de homicídio e não de roubo, puro e simples, porque o plano inicial me pareceu ser de fato eliminar a vítima após a formalização dessa união estável”, analisou o delegado.
Prescrição médica
Na segunda-feira (3/6), uma funcionária da farmácia afirmou em depoimento que Júlia apresentou receita médica para comprar o remédio Dimorf, um medicamento à base de morfina.
A suspeita é que o remédio, adquirido no dia 6 de maio, tenha sido utilizado no brigadeirão que o empresário comeu.
No depoimento, o funcionário afirmou que viu Júlia descer de um carro alto e prateado, pelo banco do passageiro, antes da compra. Os representantes da farmácia apresentaram documento interno comprovando o pagamento de R$ 158 pelo medicamento.
Eles prometeram levar a receita à delegacia na próxima oportunidade.
Também foi entrevistado um homem que afirmava ser o atual namorado de Júlia. Ele entrou rapidamente no local e não quis falar com a imprensa.
A Polícia Civil pediu medidas cautelares para detectar as movimentações financeiras de Júlia. Segundo a corporação, alguns bens de Luiz já foram recuperados, como o carro da vítima.
Planejamento criminal
Uma segunda pessoa foi presa sob suspeita de participação no crime. Esta é Suyany Breschak, uma mulher que se apresenta como cigana e está presa. Segundo a polícia, ela é considerada a mentora intelectual por trás da morte do empresário, e teria sido beneficiada posteriormente.
Segundo o delegado, Suyany foi destinatária dos bens do empresário após sua morte. Em seu depoimento, a mulher relatou que Júlia tinha uma dívida com ela de R$ 600 mil.
O ex-marido da cigana, Orlando Neto, também foi entrevistado. O homem se apresenta como cigano e afirma que Suyany tentou sequestrá-lo e ameaçou envenenar seus dois filhos. Segundo ele, havia recebido áudio e prints que mostravam que Suyany estava vendendo o carro de Luiz Marcelo, além das armas que também estavam no veículo.
A defesa de Suyany nega e diz que Orlando “sempre teve problemas pessoais, inclusive na questão do pagamento de pensão alimentícia”. Ele diz que não há pendências. Etevaldo Tedeschi, advogado de Suyany, afirma que seu cliente não teve participação alguma na morte de Luiz Marcelo.
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