O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), incluiu na pauta da Câmara desta semana um pedido urgente de projeto de lei que limite a denúncia de irregularidades, formalmente conhecidos como “acordos de colaboração premiada”. Lira esclareceu que a proposta que pode ganhar força na Câmara não é o texto de 2016 do ex-deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), hoje titular da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor.
O pedido de urgência, na verdade, é destinado a uma proposta do deputado federal Luciano Amaral (PV-AL), autor de outro projeto sobre o tema, apresentado em 2023. O texto do conterrâneo de Lira, como já proposto por Wadih Damous, proíbe denúncia quando o investigado está em prisão preventiva, mas é menos abrangente que a proposta do petista.
Para o presidente da Câmara, o limite nas negociações premiadas é tema de consenso entre os parlamentares. “Todo mundo defende”, disse Lira em entrevista ao GloboNews. Por outro lado, segundo Arthur Lira, o projeto de Damous é “tão ruim que seria rejeitado”.
O texto de autoria do petista acabou não avançando na Câmara. Wadih Damous propôs quatro modificações à lei sobre organizações criminosas, na qual é regulamentada a concessão de acordos judiciais:
– Somente serão aceitas declarações de arguidos ou indiciados que respondam ao processo em liberdade;
– Nenhuma reclamação poderá basear-se apenas numa declaração;
– As menções de um denunciante a pessoas que ainda não foram investigadas devem ser mantidas confidenciais;
– Divulgar o conteúdo de uma denúncia seria crime.
O projeto de Damous foi rejeitado pela Comissão de Segurança Pública. Na Comissão de Constituição e Justiça recebeu aprovação do relator, mas esse parecer favorável nunca foi votado.
Mesmo que o texto do petista nunca tenha avançado, uma das sugestões nele contida acabou sendo aprovada pela Câmara por meio de outro projeto. Desde a promulgação do pacote anticrime em 2019, certas medidas judiciais não podem basear-se apenas em acordos de confissão. É o caso das medidas cautelares, recebimento de denúncia ou queixa-crime e emissão de condenação.
Diferenças entre projetos
Por ser a proposta mais antiga para tratar do tema, o texto de Damous foi “anexo”, como são chamados no Regimento Interno da Câmara projetos que, por tratarem de assunto semelhante, passam a tramitar em conjunto.
Um dos que acompanham a proposta do ex-deputado federal é o texto de Luciano Amaral, conterrâneo de Arthur Lira. O projeto de Amaral foi apresentado em 2023 e sugere que:
– A “recuperação total ou parcial” dos lucros obtidos pela organização criminosa deixou de ser um dos motivos pelos quais se pode assinar um acordo de colaboração. Em vez disso, a denúncia tornar-se-ia um acto “voluntário”;
– É proibida a denúncia de pessoas presas;
– Os “terceiros envolvidos” num acordo de delação premiada podem solicitar a impugnação do depoimento e das decisões nele baseadas.
Continuando com a definição da denúncia como ato “voluntário”, o projeto de lei de Luciano Amaral “assume” que não existe vontade espontânea quando uma pessoa é privada de liberdade. Segundo a justificativa do deputado federal, o detento, nesses casos, encontra-se em “clara situação de vulnerabilidade e desequilíbrio”.
O parlamentar esclarece que o objetivo da proposta é evitar a “instrumentalização da privação cautelar de liberdade, utilizando-a como método de fragilização do investigado”. A redação, na prática, proíbe a denúncia de presos.
Este é o projeto para o qual o presidente da Câmara solicitou tramitação de urgência, o que permite uma apreciação mais célere do assunto. O pedido, que precisa ser aprovado pelos demais parlamentares, já está na pauta da Câmara.
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