A série de crises entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso impactou o índice de governabilidade (I-Gov) do petista e colocou sua gestão em situação de “risco”. A conclusão está expressa em estudo elaborado pela empresa de inteligência de dados 4Intelligence exclusivamente para o Estadão/Transmissão. Segundo levantamento da empresa, o I-Gov de Lula registrou a menor taxa em maio, chegando a 40,4%. É o pior nível do terceiro mandato do presidente.
O índice de governabilidade é resultado de uma pesquisa para medir a capacidade do governo de colocar em prática suas prioridades e implementar sua agenda em relação aos demais Poderes e também sua repercussão na opinião pública. Segundo o estudo, a queda é “fortemente impactada pelo relacionamento com o Poder Legislativo”. A empresa de inteligência analisa três fatores para criar o índice: se o governo pode aprovar parlamentares no Congresso; se sofrer derrotas em julgamentos no Supremo Tribunal Federal; e como está seu índice de aprovação nas pesquisas de opinião.
A pesquisa da empresa de inteligência de dados aponta ainda que “é abaixo de 40% que a situação se torna insustentável e de onde um presidente teria que sair rapidamente”. Em abril, o I-Gov era de 43%. Segundo a pesquisa, o índice de maio coloca Lula em “zona de risco”.
“Essa citação está associada aos cinco meses em que Dilma ficou abaixo dos 40 pontos entre abril e agosto de 2015. Depois disso, o pedido de impeachment foi acatado pela Câmara em dezembro. , para se defender, Bolsonaro passou um mês abaixo dos quarenta pontos, no final de 2021, após o fatídico acontecimento do dia 7 de setembro daquele ano, em que atacou o STF e pediu ajuda a Michel Temer para se livrar de problemas mais agudos. daí em diante, agarrou-se aos Progressistas, ao orçamento secreto e à necessidade de reeleição, fugindo da zona aguda de desconforto, então a questão é: o que Lula fará para se distanciar desse resultado perigoso?”, diz o relatório. da pesquisa. O documento indica, porém, que o cenário não significa que haja risco de queda de Lula, mas sim de “maior imobilidade” no momento.
Em relação ao Legislativo, o governo teve nova queda em maio, com o I-Gov chegando a 14%, ante 18% na pesquisa anterior. O estudo atribui o desempenho à “perda de 11 medidas provisórias (MPs) e saldo zero” na aprovação desse tipo. Segundo a 4Intelligence, o resultado deixa o governo com a pior nota na “dimensão Legislativa”. “Episódios recentes, envolvendo a negociação de outras agendas, reforçam mais uma vez a fragilidade do Executivo na construção de articulação política com o Legislativo”, afirma a pesquisa.
No Judiciário, houve queda de 5 pontos percentuais, chegando a 60%. O estudo conclui que os desafios permanecem ligados às dificuldades de uma “agenda e ações interrompidas associadas aos governos anteriores”, apesar da vitória na reintegração do imposto sobre a folha de pagamento.
Em relação à opinião pública, o índice atingiu 47,1%, o terceiro mês consecutivo no patamar de 47% e o quarto abaixo de 50%, o que não acontecia com Lula desde o início deste mandato. Segundo a pesquisa, “o resultado incomoda o Planalto, que busca reorganizar o trabalho da comunicação oficial em torno do desafio de melhorar sua imagem em uma sociedade politicamente dividida”.
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