O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta segunda-feira (10.jun.2024) com reitores de universidades federais no Palácio do Planalto. O encontro, porém, não deverá impactar as greves de professores e técnicos de instituições federais em todo o Brasil.
O governo pretende anunciar mais verbas para as universidades às entidades reitoras, mas os sindicatos de professores e funcionários que estão parados reclamam da falta de diálogo e querem uma proposta melhor de reajustes salariais e de carreira.
A reunião deverá contar com a presença da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e do Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica).
Os grupos representados por estas duas instituições, no entanto, têm pouca influência no início ou no fim das greves, pois são órgãos de direção de instituições de ensino.
Entidades ligadas aos professores não estarão no evento e dirão, nos bastidores, que o movimento é o mais prejudicial ao governo na tentativa de chegar a um acordo para acabar com as greves. Isso porque a categoria reclama da falta de diálogo e diálogo entre o próprio Lula e esses grupos.
De acordo com Poder360, o clima entre os activistas da educação e o governo é mau. A ideia é que a reunião com as entidades reitoriais agrave o diálogo porque não têm ligação direta com os movimentos grevistas.
Há críticas também pelo fato de Lula não receber mais entidades representativas do setor, que tentarão chegar ao presidente através dos que foram convidados para o encontro.
O ponto central para os professores ociosos é o salário. Mais financiamento para as universidades não resolve o problema. Entidades insatisfeitas com a proposta de reajuste do governo, como Andes e Sinasefe, nem foram acionadas.
Os sindicatos veem o presidente distante e abandonando o compromisso com o setor, que o apoiou nas eleições. Há frustração com o governo por “priorizar” o Proifes, única entidade que aceitou a proposta do Executivo de readequação e reestruturação de carreiras.
O Proifes publicou em seu site oficial uma explicação do motivo pelo qual aceitou o acordo do governo. No texto, diz que foi a opção menos pior.
“Foi uma opção mais ligada à ideia do “melhor do pior”, ao invés de apostar numa negociação que não teria resultados práticos, considerando que o governo já definiu —e não apenas para a categoria Educação— , que o orçamento de 2024 foi esticado ao limite”, diz a entidade em sua página.
Conif, que estará com Lula nesta segunda-feira (10/06), contou Poder360 que o governo tem se mostrado disposto a negociar com os servidores do ensino superior público e que o anúncio de novos investimentos ajuda a melhorar a educação pública, mas cita “as demais demandas do movimento paredista” como importantes para este cenário.
“Vale lembrar que o atual governo tem se mostrado disposto a negociar, e questões como o número insuficiente de profissionais dentro das instituições, principalmente técnico-administrativos, exigem novos concursos e a recuperação urgente das perdas salariais, reivindicações que também foram tomadas aos governos anteriores e não avançou por falta de diálogo”, afirmou em nota ao jornal digital.
Apesar de reconhecer a disposição do governo, o Conif afirma que a simples reconstrução dos orçamentos das universidades não será suficiente para acabar com as greves. O grupo ainda enviará uma carta a Lula para incentivá-lo a conversar com os funcionários do movimento grevista. Aqui está a nota completa (PDF – 15 kB).
Segundo Andes, há 62 instituições federais de ensino superior fechadas no momento e mais 3 vão parar nesta segunda-feira (10 de junho). Pedem reajustes e reestruturações de carreira melhores do que os propostos pelo governo.
O Ministério da Gestão e Inovação, porém, afirma ter encerrado as negociações com os professores com a proposta de 15 de maio. Além dos reajustes salariais, ele também propôs mudanças nas carreiras. O impacto estimado é de R$ 6,2 bilhões nesse período até 2026.
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