Neste domingo (9), o “Fantástico” exibiu reportagem sobre o caso de Djidja Cardoso, falecido no dia 28 de maio. No programa, um primo da empresária revelou detalhes de um suposto “ritual de cura”, que teria sido realizado por uma seita formada por familiares e amigos da ex-irmã do Boi Garantido, horas antes da morte da avó.
A mulher, que preferiu manter a identidade em segredo, revelou que Cleusimar Cardoso e os filhos, Djidja e Ademar, faziam parte da seita “Pai, Mãe, Vida”. O grupo, criado por Cleusimar, usava cetamina (ou cetamina) – medicamento originalmente usado para induzir e manter anestesia (em pessoas e animais) – para trazer “plenitude espiritual”.
A menina afirmou que membros da seita administraram esteróides anabolizantes à avó de Djidja, Maria Venina, de 82 anos, num alegado “ritual” horas antes da sua morte, em Junho do ano passado. “Cleusimar fez o ‘ritual de cura’, expulsou todo mundo da casa da minha avó. E nesse ritual eles aplicaram uma bomba, e deram maconha para minha avó. Para tomar remédio, para ela meditar. Às 3h do dia 29, minha avó teve um derrame”, lembrei.
Ela conta ainda que Cleusimar era usuária de drogas e acreditava “ter o poder de ressuscitar a mãe”. “Ela (a avó) liguei para minha tia que estava dormindo. E quando ela se levantou, reclamou de uma forte dor de cabeça e caiu nos braços da minha tia.”, disse. “[Cleusimar falava] ‘Pai, mãe, vida, cura. Todos só precisam orar para que ela ressuscite, para que viva. Você não tem fé. Já que ela já estava enterrada.ele lembrou.
Com a morte da idosa, uma das irmãs de Cleusimar entrou em contato com ela. Em mensagem de áudio, também divulgada pelo Fantástico, a sister faz um apelo: “Cleusi, que isso sirva de lição para minha irmã, pare de usar drogas!”.
Após o incidente, familiares apresentaram uma queixa de cárcere privado a favor de Djidja. O objetivo era fazer com que a ex-mocinha abandonasse a seita da mãe e finalmente se livrasse das drogas. No entanto, quando a polícia chegou ao local, ela se recusou a cooperar.
“Foi quando até criamos um grupo no WhatsApp chamado Salvamento da Djidja. Nossa intenção era que a polícia e o SAMU vissem o estado em que ela se encontrava e a levassem embora. Mas, infelizmente, ela disse que não queria ir.”lamentou o primo.
Segundo o delegado Cícero Túlio, responsável pelo caso, o envolvimento da família de Djidja com a seita foi muito além. O grupo planejava abrir uma loja para facilitar a compra de cetamina. Ele afirma ainda que a empresária – dona de um salão de beleza em Manaus – dedicava grande parte de sua renda à anestesia.
Túlio afirmou: “As conversas mantidas e que foram objecto de análise durante a quebra de sigilo dos dados telemáticos indicam que houve interesse daquele grupo familiar, daquela seita, em abrir uma clínica veterinária para facilitar a compra deste tipo de material”.
Ex-namorado preso
Na última sexta-feira (7), o ex-namorado de Djidja, Bruno Lima, foi preso em Manaus. Ele é suspeito de fazer parte da seita “Pai, Mãe, Vida” e também de uma gangue que vendia cetamina, além de outros medicamentos de uso restrito. As autoridades também estão investigando se ele teve algum papel na morte da avó de Djidja.
Na reportagem, foi exibido um vídeo obtido pela polícia, em que Bruno aparece pedindo à ex-namorada que lhe dê um frasco de cetamina. A gravação foi feita por volta das 23h40 do dia 27 de maio, um dia antes da morte de Djidja. Às 00h08 do dia 28, o rapaz então pede para a ex-namorada ir para a cama.
Ela morreu pouco depois, nas primeiras horas da manhã. Seu corpo foi encontrado por Lima em outro cômodo, nas primeiras horas da manhã. A suspeita é que Djidja morreu devido a uma overdose. Em nota, a defesa de Lima argumentou que sua prisão é desnecessária, já que o menino “sempre cooperou com as investigações“.
Além de Bruno, também foi detido o ex-fisiculturista Hatus Silveira, responsável por recomendar exercícios físicos e medicamentos à família de Cardoso. Durante a investigação, a polícia encontrou em sua residência seringas e frascos com medicamento fortificante para animais de grande porte – utilizados irregularmente por pessoas que buscam aumentar a massa muscular.
A polícia acredita que Hatus “prescreveu” ilegalmente o uso de cetamina e potenay (medicamento injectável que pode ser usado para aumentar o tónus muscular) à família de Djidja. Ele também teria indicado locais para aquisição do medicamento.
Em entrevista ao domingo, antes de ser preso, Hatus negou as acusações. O seu advogado, Mozart Bessa, também reforçou que não cometeu nenhum crime: “Ele não forneceu, não solicitou, não vendeu, não transportou, não fez nenhuma dessas modalidades”.
O caso resultou em uma operação de fiscalização em clínicas veterinárias suspeitas de comercializar cetamina sem autorização. No local foram encontrados dezenas de frascos da droga, além de outros medicamentos. Após a descoberta, o empresário José Máximo Silva de Oliveira, apontado como responsável pelas clínicas investigadas, foi preso.
Em comunicado, o seu advogado negou que o empresário tenha prescrito cetamina ou qualquer outro tipo de medicamento aos familiares de Djidja.
O irmão de Sinhazinha, Ademar, e a mãe, Cleusimar, foram presos, suspeitos de usar a seita como pretexto para usar e vender drogas – o que configura tráfico de drogas. Ademar também é investigado pelo estupro de uma jovem que estava sob efeito de drogas. O crime teria ocorrido na casa da família. Além deles, outras três funcionárias da rede de salões de beleza Sinhazinha também foram detidas. Assista na íntegra:
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