O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o atual governo foi “o 1º verdadeiro teste de autonomia do BC”. O discurso foi durante sessão solene da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) em homenagem ao economista desta segunda-feira (10.jun.2024).
“Com o início do novo governo começou também o primeiro verdadeiro teste de autonomia, período em que foi alvo de questionamentos. A atuação do Banco Central já foi questionada diversas vezes, mas temos convicção de que com o tempo os benefícios da autonomia ficarão mais claros, assim como o entendimento do caráter técnico das ações adotadas pelo BC”, afirmou.
O Copom (Comitê de Política Monetária) tem sido alvo de críticas de governantes e da indústria pela desaceleração dos cortes da Selic – a taxa básica de juros. O último corte foi de 0,25 ponto percentual, interrompendo sequência de reduções de 0,5 p.p.
Algumas das críticas constantes vêm da deputada federal e presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Gleisi Hoffmann (PT-PR). Após entrevista concedida por Campos Neto, na qual disse que não avisaria o governo sobre os cortes, Gleisi disse que ele “sabota a economia e até a política fiscal com seu comportamento irresponsável e arrogante”.
Evento com autoridades e mercado
Campos Neto recebeu a Medalha de Honra ao Mérito Legislativo. Estiveram presentes o Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos); o deputado estadual e presidente da Alesp, André do Prado (PL-SP), o autor da homenagem, deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos); e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Também participaram as seguintes autoridades:
- Bruno Dantas, presidente do TCU (Tribunal de Contas da União);
- Fernando Antonio Torres Garcia, presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo);
- Renato Martins Costa, presidente do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo);
- Rodrigo Garcia, ex-governador de São Paulo;
- João Doria, ex-governador de São Paulo;
- Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos);
- André Esteves, presidente do Conselho do BTG Pactual (BVMF:);
- Mário Leão, presidente do Santander (BVMF:); Isso é
- Marcelo Noronha, presidente do Bradesco (BVMF:).
Em seu discurso, Campos Neto resumiu em “8 capítulos” sua trajetória no comando do banco estadual, incluindo nomeação, pandemia, criação do PIX e mudança de governos. Ele disse ainda que ser presidente do BC é o cargo “mais importante” de sua vida profissional e defendeu a autonomia e o caráter técnico das decisões.
“No dia 24 de fevereiro de 2021, o Brasil deu um passo importante com a sanção da lei que garantiu a autonomia do Banco Central. Esta lei representa um marco no desenvolvimento institucional do nosso país. Esse avanço representa também um marco em um longo processo de amadurecimento institucional que contou com a atuação dos diretores do Banco Central que me precederam. As mudanças trazidas pela lei estabeleceram um novo arcabouço institucional que reforçou um importante equilíbrio de forças de caráter técnico, objetivo e imparcial na atuação do BC.”
O presidente da autoridade monetária disse ainda que a entidade teve papel fundamental para garantir a “previsibilidade” durante a transição do governo de Jair Bolsonaro (PL) para o de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que “apesar de ser um eleições muito polarizadas” a troca de poder “foi relativamente estável”.
Além da homenagem, o governador de SP realizou um jantar em homenagem ao presidente do BC no Palácio dos Bandeirantes após o evento na Alesp.
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