O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira (11), no Rio, a educação como caminho para que todos tenham as mesmas oportunidades e para que o país cresça e se torne cada vez mais competitivo no mundo. Ao participar da premiação da Olimpíada Brasileira de Matemática nas Escolas Públicas (Obmep), Lula aproveitou para assinar o decreto que cria o programa Mais Ciência na Escola, que disponibiliza laboratórios, feiras de ciências, cursos de capacitação e premiações em eventos no público rede educacional.
Nesta edição da Obmep, a cerimônia de premiação contou mais uma vez com a presença do Presidente da República, o que não acontecia desde 2015. Lula e a primeira-dama, Janja da Silva, receberam, na ocasião, o título honorário de medalhistas da Obmep . Ambos receberam medalhas de ouro olímpicas de estudantes. Lula também recebeu o diploma honorário de Presidente Nota 10 em Matemática de Suely Druck, segunda mulher a presidir a Sociedade Brasileira de Matemática, que foi uma das idealizadoras da Obmep.
“Quando eu tinha a sua idade, queria estudar”, lembrou o presidente, ao discursar para um auditório lotado de estudantes. “Eu queria, queria ser economista e me tornei torneiro. Queria estudar mas não tive oportunidade. Então, essa coisa de educação, para mim, é uma obsessão. Quero que cada filho das pessoas que trabalham neste país, seja o catador de papel mais humilde do Rio de Janeiro, seja a empregada doméstica mais humilde deste país, seja o mais rico deste estado, todo mundo tem que ter oportunidade, tem que ter o direito se formar, aprender uma profissão e ser o que quiser e fazer o que quiser da vida. É isso que eu quero para o povo brasileiro, é isso que eu quero para você.”
Lula também enfatizou o papel da educação no crescimento do país. “Temos que apostar que não há país no planeta Terra que tenha conseguido se desenvolver, que tenha conseguido crescer, que tenha conseguido proporcionar um padrão de vida médio, proporcionar qualidade de vida, para que as pessoas possam estudar, ter lazer , trabalhar, almoçar em restaurantes, pode tirar férias. Não há quem tenha conseguido isso sem primeiro investir em educação. A educação é o oxigênio de uma nação”, disse ela.
O presidente apelou ainda aos jovens para sonharem: “Vamos sonhar um pouco grande porque quem sonha pequeno, quando acorda, acha que é um pesadelo, e quem sonha grande, quando acorda, quer realizar o seu sonho. .”
Novo programa
Na solenidade, o presidente assinou o decreto que cria o programa Mais Ciência nas Escolas, que visa ampliar o uso das tecnologias digitais e da experimentação científica na educação básica, por meio da criação de laboratórios, clubes de ciências, cursos de capacitação, feiras científicas, premiações e Olimpíadas, oferecendo também bolsas de estudo para professores e alunos. “Queremos despertar o interesse dos nossos alunos pela ciência”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Segundo o ministro, o programa é uma parceria entre os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações e da Educação. A primeira chamada pública selecionará mil escolas para implementar o programa, e cada uma deverá receber um investimento de até R$ 100 mil. Em discurso, o ministro da Educação, Camilo Santana, argumentou que a melhor escola deste país tem que ser a escola pública brasileira.
Obmep
Realizada anualmente, a premiação da Obmep é o evento mais aguardado pelos alunos que se destacam na competição. Esta edição, a 18ª, contou com a participação de mais de 18,3 milhões de alunos, do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, de 55,3 mil escolas públicas e privadas em 99,8% dos municípios brasileiros.
A cerimónia desta terça-feira marca a entrega de 650 medalhas de ouro nacionais. Além dessas, a 18ª Obmep já distribuiu 1.950 medalhas de prata e 5.850 medalhas de bronze nacionais, além de 48.163 menções honrosas. As medalhas nacionais de prata e bronze foram concedidas em cerimônias regionais. A Olimpíada distribuiu mais de 20,5 mil medalhas aos alunos mais bem colocados em nível estadual.
A Obmep foi criada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada e é realizada com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática. A competição é promovida com recursos dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações e da Educação.
Recentemente, pesquisa realizada pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) mostra que alunos de escolas com altos índices de participação na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas têm obtido melhores resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e nas provas de Avaliação do Ensino Básico. Sistema (Saeb), aplicado pelo Ministério da Educação.
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