Por Vitor Borges
BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas nesta terça-feira que seu departamento não tem um plano B para a MP do PIS/Cofins, mas avaliou que o Senado assumiu parte da responsabilidade de encontrar uma solução para a compensação de prejuízos fiscais decorrentes de desoneração tributária sobre folha de pagamento.
“O Senado assumiu parte da responsabilidade de tentar construir uma solução, pelo que entendi do discurso do próprio presidente Rodrigo Pacheco”, disse Haddad em entrevista a jornalistas na sede do ministério.
“Mas vamos colocar toda a equipe da Receita Federal à disposição do Senado para tentarmos construir uma alternativa, já que o prazo é apertado, que precisa encontrar uma solução… Não temos (um plano B ).”
Na manhã desta terça-feira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou a decisão de devolver ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva trechos da medida provisória que restringia a compensação de créditos tributários, em alterações fortemente criticadas por o setor produtivo.
O ministro destacou ainda que o saque preocupa o Tesouro porque, segundo ele, foram constatados casos de uso indevido do benefício que podem chegar a até 25 bilhões de reais em prejuízos. Haddad disse que a MP não se caracteriza como uma proposta de arrecadação de recursos, mas sim uma tentativa de concretizar o trabalho da Receita Federal de coibir possíveis fraudes.
Pacheco, porém, destacou que continua em vigor outro trecho da MP que cria regras para aumentar a transparência para o gozo de benefícios fiscais, o que é um ponto positivo no combate às fraudes, segundo o ministro.
“O restante da MP ajuda muito, porque obriga o contribuinte a explicar o que está fazendo e por que não está recolhendo os tributos devidos. o trabalho de fiscalização”, afirmou.
Em maio, após idas e vindas em relação à isenção, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu liminar que impedia o benefício por não haver indenização, sob a condição de que a medida compensatória fosse estabelecida no prazo de 60 dias, o “curto prazo ” a que o ministro se referiu.
Segundo Haddad, “sempre” é possível encontrar uma solução, mas antes de qualquer tentativa de negociação é preciso apresentar os números pertinentes ao Congresso. No entanto, destacou que futura proposta não será enviada por meio de MP.
(Reportagem de Victor Borges)
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