Por Andrea Shalal e Andrew Gray
BORGO EGNAZIA, Itália (Reuters) – Os líderes do Grupo dos Sete (G7) chegaram a um acordo nesta quinta-feira para fornecer 50 bilhões de dólares em empréstimos à Ucrânia usando juros sobre ativos soberanos russos congelados depois que Moscou lançou a invasão de seu vizinho em 2022.
O acordo político foi a peça central do dia de abertura, no sul de Itália, da cimeira anual dos líderes do G7, que contou com a presença, pelo segundo ano consecutivo, do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.
O líder ucraniano vai assinar esta quinta-feira um novo acordo de segurança de longo prazo com o presidente dos EUA, Joe Biden, bem como um acordo com o Japão, também membro do G7.
Muitos dos líderes do G7 enfrentam dificuldades a nível interno, mas estão determinados a fazer a diferença na cena mundial, ao mesmo tempo que procuram combater as ambições económicas da China.
“Há muito trabalho a ser feito, mas tenho certeza de que nestes dois dias poderemos ter discussões que levarão a resultados concretos e mensuráveis”, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aos convidados do G7, quando as negociações começaram em um resort de luxo. hotel na região de Puglia.
O plano do G7 para a Ucrânia baseia-se num empréstimo plurianual que utiliza as receitas de cerca de 300 mil milhões de dólares em fundos russos confiscados.
Os detalhes técnicos serão finalizados nas próximas semanas, disse uma fonte diplomática do G7 à Reuters. A fonte, que pediu para não ser identificada, disse que o financiamento adicional chegaria até o final deste ano.
Um alto funcionário dos EUA afirmou que os Estados Unidos concordaram em fornecer até 50 mil milhões de dólares, mas esse montante poderá diminuir significativamente à medida que outros países anunciem a sua participação.
O objetivo do acordo é garantir que ele possa durar anos, independentemente de quem está no poder em cada estado do G7 – um aceno às preocupações de que o candidato presidencial republicano dos EUA, Donald Trump, possa ser muito menos simpático a Kiev se derrotar Biden em novembro, segundo a uma pessoa próxima das negociações.
Enquanto Meloni voa alto depois de triunfar nas eleições europeias do fim de semana, os líderes dos outros seis países – Estados Unidos, Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Canadá – enfrentam grandes problemas internos que correm o risco de minar a sua autoridade.
PREOCUPAÇÃO COM O ORIENTE MÉDIO
Os líderes do G7 também expressaram as suas preocupações sobre a situação na fronteira Israel-Líbano e endossaram os esforços dos EUA para garantir um cessar-fogo na Faixa de Gaza, de acordo com um projecto de declaração que deverá ser divulgado após a cimeira.
Além disso, apelaram a Israel para que se abstivesse de uma ofensiva em grande escala na cidade de Rafah, no sul de Gaza, “de acordo com as suas obrigações ao abrigo do direito internacional”.
As nações ocidentais também foram unânimes na sua preocupação com o excesso de capacidade industrial da China, que dizem estar a distorcer os mercados globais, e com a sua determinação em ajudar os países africanos a desenvolver as suas economias, disseram os diplomatas.
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