A vitória por 69 a 59 sobre o Flamengo, na noite desta quinta-feira (13), no Ginásio do Maracanãzinho, a segunda em dois jogos como visitante na série decisiva do NBB (Novo Basquete Brasil), foi o destaque de uma temporada cheia de percalços para o equipe. Sesi Franca. O título brasileiro – o terceiro consecutivo, conquistado ao fechar a série melhor de cinco jogos por 3 a 1 – mostrou a solidez do projeto do time do interior paulista, que superou turbulências ao longo do ano para mostrar que o apelido da capital do basquete se justifica.
Temos que lembrar que o Franca vinha de uma temporada perfeita. Em 2022-23, ganhou literalmente tudo o que disputou: Paulista, Super 8, NBB, Liga dos Campeões das Américas e, após chute histórico de Lucas Dias no fim do tempo, o Intercontinental.
Este último troféu veio em setembro, mais próximo da temporada seguinte do que da anterior. Logo depois, os desafios começaram a se apresentar: Georginho, armador titular, um dos principais nomes do time, rumou para a Alemanha. O central Lucas Mariano, suspenso por doping, não voltaria mais, tendo acertado com o Flamengo.
Sem grandes mudanças no restante da estrutura do time, a temporada começou com testes no Paulista. O técnico Helinho Garcia decidiu dar carona a jovens jogadores como Zu Júnior e Edu Marília. O foco no longo prazo afastou o Franca de uma sequência positiva no presente: finais nos últimos seis anos, com quatro títulos. O time caiu nas semifinais para o Paulistano, que sagrou-se campeão.
Ao longo da temporada, embora sempre tenha permanecido nas três primeiras posições da tabela do NBB, o time teve diversos altos e baixos. Caiu nas quartas de final do Super 8 em casa para o Unifacisa. Caiu nas quartas de final da Liga dos Campeões para o Hebraica Macabi, do Uruguai, após vencer fora de casa e perder duas vezes seguidas no Pedrocão.
No NBB, a equipe começou a se firmar. Venceu as últimas sete partidas da fase classificatória e terminou com a mesma campanha do líder Flamengo. Avançaram sem derrotas contra Mogi e Paulistano, até encontrar dificuldades contra o Minas na semi e vencer por 3 a 2. Na final, reencontrou o Flamengo, campeão do Super 8, vice-campeão da Liga dos Campeões e que chegou à decisão com oito vitórias em oito jogos no jogos decisivos.
O CAMPEÃO, O MVP DA FINAL E TAMBÉM A ESTRELA DA PARTIDA
O público votou #CraqueDaPartida @sportsbetiobr Isso é @cbclubes do jogo 4 de #NBBFinais…
e o MVP da decisão também foi eleito o melhor jogador da partida que decidiu o tricampeonato para o @francabasquete: você… pic.twitter.com/SkbmTXJQLm
—NBB CAIXA (@NBB) 14 de junho de 2024
No início da temporada, talvez Franca fosse considerada favorita até contra seu maior rival do basquete brasileiro no momento. Porém, devido a tudo o que aconteceu nos meses anteriores, esse status foi perdido.
O título com duas vitórias no Maracanãzinho mostrou que o time não desaprendeu a conquistar títulos, independente de como fosse visto. Nos discursos após a vitória, alguns jogadores assumiram que a temporada não foi das mais tranquilas.
“Hoje nosso time lutou, lutou, conseguiu se abrir um pouco, seguimos correndo, pegando rebotes e sabíamos que a bola ia cair na hora certa. Lutamos o ano todo para chegar nesse momento. para nós e acabamos campeões”, disse o norte-americano David Jackson, artilheiro do Franca na partida decisiva (14 pontos), em comunicado ao site do LNB.
Lucas Dias, MVP (Jogador mais valioso) – sigla que na tradução portuguesa equivale O jogador mais valioso da temporada – na final foi mais ou menos o mesmo caminho.
“Foi um ano muito difícil, de muitas cobranças, algumas pessoas duvidaram que eu estaria em boas condições. Não fui MVP à toa. Trabalho demais. Sei o que represento para minha família, para Franca. Estou muito feliz. Queria ter conquistado mais títulos nesta temporada, mas fechamos esse capítulo com chave de ouro”, disse o pivô, também à LNB.
Pensando no futuro e atuando apesar das expectativas de muitos, Franca provou que tem um projeto maduro que resistiu aos elementos no caminho para se tornar campeão de qualquer maneira.
* Igor Santos é comentarista de basquete do programa Estádio, da TV Brasil
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