Em janeiro deste ano, o Fórum Econômico Mundial apontou desinformação e conteúdo alterado por inteligência artificial como o segundo maior risco global. Ambos ficaram atrás apenas do clima extremo. Para os especialistas, a desinformação ameaça a democracia e, para combatê-la, a educação mediática é uma das formas mais eficazes de formar uma população crítica e capaz de identificar informações falsas. Segundo eles, é necessária uma atuação conjunta entre governos, empresas e a própria sociedade, envolvendo escolas, universidades e profissionais de imprensa.
Direitos Humanos, Meio Ambiente e Democracia na Era da Inteligência Artificial foi o tema do Encontro Internacional sobre Educação Midiática, que começou nesta quinta (23) e terminou nesta sexta (24), no Rio de Janeiro. O encontro reuniu gestores públicos, representantes de organizações sociais, jornalistas e educadores.
“Temos que desenhar políticas públicas pensando primeiro que a educação é um direito, e se a educação é um direito, a educação mediática é um direito de todas as pessoas e é fundamental para defender a democracia e combater a desinformação. A educação para os media tem de ser uma prioridade. E o que significa ser uma prioridade? A prioridade deve ter um orçamento. Se você não tem um orçamento, você não tem prioridade. Deve ser priorizado e ter o orçamento necessário para cobrir todo o território nacional, todos os professores, escolas e alunos”, destacou a coordenadora da área de Educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no Brasil, Rebeca Otero.
A chefe da Unidade de Alfabetização Midiática e Informacional e Habilidades Digitais da UNESCO, Adeline Hulin, citou um exemplo de como as informações produzidas pela inteligência artificial generativa, como o GPT Chat, podem ser tendenciosas.