O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou, nesta quinta-feira (23), o reconhecimento do Estado Palestino pela Espanha, Irlanda e Noruega. Para Lula, a decisão anunciada nesta quarta-feira (22) é histórica e terá efeito positivo nos esforços de busca da paz no Oriente Médio.
“A decisão conjunta da Espanha, Noruega e Irlanda de reconhecer a Palestina como um Estado é histórica por duas razões. Faz justiça à reivindicação de todo um povo, reconhecido por mais de 140 países, pelo seu direito à autodeterminação. Além disso, esta decisão terá um efeito positivo no apoio aos esforços em prol da paz e da estabilidade na região. Isto só acontecerá quando for garantida a existência de um Estado Palestiniano independente”, escreveu o presidente, numa publicação nas redes sociais.
Lula acrescentou que o Brasil foi um dos primeiros países da América Latina a assumir essa posição, em 2010. Na época, o país reconheceu o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental. como sua capital.
O ato de reconhecimento por parte dos países europeus será oficializado no dia 28. O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, afirmou que a medida visa acelerar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra de Israel contra o grupo palestino Hamas, na Faixa de Gaza.
A postura política levou Israel a retirar os seus embaixadores de Espanha, Irlanda e Noruega. O governo de Benjamin Netanyahu opõe-se ao reconhecimento unilateral de um Estado palestiniano e considera que o ato representaria uma recompensa pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
O conflito
Em Outubro passado, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, lançou um ataque surpresa com mísseis contra Israel, com uma incursão de combatentes armados em terra, no sul de Israel. Segundo as autoridades israelitas, cerca de 1.200 pessoas foram mortas e duzentos israelitas e estrangeiros foram feitos reféns.
Em resposta, Israel tem bombardeado infra-estruturas em Gaza e imposto um cerco total ao território, dificultando o acesso da ajuda humanitária aos palestinianos. Além das mais de 35 mil mortes, a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza deixou cerca de 80 mil feridos em sete meses, segundo dados do Ministério da Saúde do enclave.
A guerra entre Israel e o Hamas tem origem na disputa por territórios outrora ocupados por diferentes povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.
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