Pela primeira vez em sua história, o Cinemateca Brasileira recuperou, catalogou e digitalizou 1.785 filmes de seu acervo de nitrato de celulose: a parcela mais antiga e frágil do acervo da instituição, que reúne os títulos mais antigos da cinematografia brasileira.
Algumas das obras, que são registros históricos do Brasil entre as décadas de 1900 e 1950, estarão disponíveis gratuitamente no site Banco de Conteúdo Cultural (BCC) e no site da Cinemateca Brasileira.
A iniciativa faz parte do Viva Cinemateca, que reúne os principais projetos da instituição voltados à recuperação de acervos, além de modernizar sua sede e infraestrutura técnica.
Os filmes de nitrato de celulose, que foram usados nos primeiros anos da indústria cinematográfica, são materiais extremamente delicados que podem entrar em combustão. Foram responsáveis por quatro incêndios na história da Cinemateca: 1957, 1969, 1982 e 2016.
Bombeiros respondem a incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira
Bombeiros, na manhã desta sexta-feira (30/7), atendem ao incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira
Bombeiros respondem a incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira
Bombeiros, na manhã desta sexta-feira (30/7), atendem ao incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira
Fábio Vieira/Metrópoles
Bombeiros respondem a incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira
Bombeiros, na manhã desta sexta-feira (30/7), atendem ao incêndio que atingiu a Cinemateca Brasileira
Fábio Vieira/Metrópoles
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A recuperação do acervo de filmes do projeto Nitratos da Cinemateca Brasileira tem sido uma das principais frentes de trabalho da instituição desde sua reabertura em 2022.
Para esta iniciativa foram contratados 30 investigadores e técnicos de preservação e documentação de todo o país, que trabalharam durante dois anos no projeto, recuperando 3.392 rolos de filmes – cinejornais, documentários, filmes de ficção, filmes nacionais e filmes publicitários. A maior parte dessa equipe foi posteriormente incorporada ao quadro de funcionários da instituição.
“O Instituto Cultural Vale está ao lado da Cinemateca desde 2020 porque entende a importância da casa da produção audiovisual brasileira, que também preserva um retrato da nossa própria identidade. Por isso, trabalhamos juntos em iniciativas para a sustentabilidade e modernização do espaço e para a salvaguarda do seu acervo, em especial, o acervo de filmes de nitrato de celulose, de valor inestimável”, afirma Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
O acervo Nitratos da Cinemateca Brasileira era composto por títulos remanescentes de arquivos e cinematecas de todo o país. Entre as obras recuperadas pelo projeto estão raridades como Barulho na Universidade (1943), filme de Watson Macedo considerado perdido; Cerimónias e Festival da Igreja em S. Maria, o documentário mais antigo da coleção, filmado em 1909, e Apuros de Genésio, filme de 1940 que será exibido no Festival de Cinema Silencioso de Pordenone, em outubro.
Outro destaque é a Exposição Amazônia e Rio, de 1922, uma compilação de imagens realizadas por Silvino Santos entre 1919 e 1926 na região Norte do país e na então capital federal. De extrema importância para a compreensão dos primórdios da cultura cinematográfica brasileira, a obra de Silvino Santos ganhou destaque recentemente com a (re)descoberta de seu primeiro longa, o Amazonas, o maior rio do mundo (1918-1920).
“Apoiamos a Viva Cinemateca porque acreditamos que a instituição tem papel fundamental na construção, conservação e divulgação do nosso patrimônio cultural com ações que promovam o desenvolvimento humano e gerem valores para toda a nossa sociedade por meio da cultura”, comenta Glauco Paiva, executivo gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.
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