Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda avançou em relação ao real nas negociações desta quarta-feira, acompanhando a valorização da moeda norte-americana em outros mercados emergentes, já que os investidores ainda têm dúvidas sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve.
Às 9h45, o dólar à vista subia 0,50%, a 5,1796 reais na venda. Na B3 (BVMF), o contrato de primeiro vencimento avançava 0,39%, a 5,180 reais na venda.
“Vimos o dólar subir hoje, bem alinhado com a valorização em relação às moedas fortes e aos países emergentes”, disse Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.
“Principalmente no radar estão os discursos dos dirigentes do Fed, que reforçaram a postura mais agressiva (dura com a inflação) do banco”, acrescentou.
Esta manhã, o dólar recuperou perdas nos mercados de todo o mundo, após ampla desvalorização na terça-feira. O – que mede o desempenho da moeda norte-americana em relação a uma cesta de seis moedas fortes – subiu 0,04%, para 104,700.
A moeda norte-americana também se valorizou frente às moedas dos mercados emergentes, acumulando ganhos frente ao , subindo 0,25%, contra o , subindo 0,30%, e contra o , subindo 0,31%.
Os investidores globais estão esta semana atentos à divulgação de uma série de dados de inflação das principais economias globais, com destaque para o índice PCE dos EUA – a medida de preços preferida da Fed – e para a leitura de sexta-feira da inflação na zona euro. -justo.
Os dados podem sinalizar a perspectiva do início de um ciclo de flexibilização monetária no Fed e no Banco Central Europeu. A manutenção das taxas de juros nos EUA ajudou a valorizar o dólar, tornando-o mais interessante para os investidores globais.
Nas últimas semanas, autoridades do banco central norte-americano reforçaram que precisam avaliar mais dados para ganhar confiança de que a inflação no país está no caminho certo para atingir a meta de 2%, sem indicar quando a instituição poderá começar a cortar a sua taxa de juro.
O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse em entrevista à emissora CNBC na terça-feira que o banco central deveria esperar por um progresso significativo na inflação antes de cortar as taxas de juros, abrindo a porta para até mesmo aumentar a taxa básica se os preços não desacelerarem ainda mais.
Os comerciantes começaram o ano esperando cortes em Março, mas a inflação persistente e o discurso agressivo por parte das autoridades reduziram as expectativas para um corte de 25 pontos base apenas em Novembro ou Dezembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
No cenário doméstico, a alta do dólar pode ser entendida do ponto de vista técnico, segundo Izac, com os investidores marcando posições antes do feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, o que também deve reduzir as negociações no dia seguinte.
O mercado brasileiro também avalia dados do mercado de trabalho e resultados fiscais esta manhã.
Ainda nesta manhã, todas as taxas DI (Depósitos Interbancários) estavam subindo, com avanço maior nos contratos mais longos. Os prêmios de janeiro de 2028 e 2029, por exemplo, subiram 0,09 ponto percentual.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia a 5,1539 reais na venda, queda de 0,35%.
(Edição de Isabel Versiani)
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