O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou, nesta quarta-feira (29), que os indicadores positivos de geração de empregos não podem servir de justificativa para a interrupção da trajetória de corte dos juros pelo Banco Central (BC). Marinho referiu-se ao declaração em que, ao justificar a redução no ritmo de queda da taxa básica de juros (Selic), o BC diz que o mercado de trabalho apresenta “dinamismo maior que o esperado”.
“Não posso aceitar a lógica de que a variação do crescimento salarial, que ainda é baixa, seja suficiente para pensar em parar a redução dos juros, que ainda são muito elevados no país. Espero que o ano termine com menos de dois dígitos”, disse o ministro, durante entrevista para comentar os resultados do emprego do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). .
Dados de abril mostram que o Brasil fechou o mês com saldo positivo de 240.033 empregos formais. No acumulado do ano (janeiro/2024 a abril/2024), o saldo foi positivo em 958.425 empregos. Nos últimos 12 meses (maio de 2023 a abril de 2024), houve saldo positivo de 1.701.950 empregos.
“Estes indicadores positivos de emprego e salários não justificam pensar no que temos visto sistematicamente todos os meses [pressões contra a redução de juros em razão da economia aquecida]. Este é um alerta para o Banco Central não pensar em interromper os cortes nas taxas de juros. Pelo contrário, há necessidade de continuar reduzindo os juros reais no país”, acrescentou Marinho.
No início do mês, o BC reduziu a velocidade de corte da taxa básica de juros. Após seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual, por 5 votos a 4, a instituição reduziu a Selic em 0,25 ponto, levando a taxa para 10,5% ao ano. Diferentemente das últimas reduções, desta vez o Banco Central não deu nenhuma indicação sobre o que fará nas próximas reuniões.
A decisão, apesar de esperada pelo mercado financeiro, foi criticada por políticos ligados ao governo e representantes dos setores do comércio e da indústria, que avaliaram que a queda poderia ser maior. O Brasil hoje tem o segunda maior taxa de juros real do mundoperdendo apenas para a Rússia, de acordo com o site DinheiroVocê.
“Espero que os cortes continuem, espero que as análises olhem para o que está a acontecer no mundo real e o quanto as taxas de juro impactam na economia, na vida das pessoas, nas empresas. Portanto, é necessário continuar a reduzir. Não temos taxas de juros muito baixas, comparadas globalmente. Na verdade, temos taxas de juro muito elevadas a nível mundial, e isso prejudica a actividade económica. Esperamos que o Banco Central veja a necessidade de a economia continuar crescendo e criando empregos”, afirmou.
Rio Grande do Sul
Marinho disse que as enchentes no Rio Grande do Sul podem afetar o resultado do emprego formal a partir de junho, mas destacou que o governo está tomando medidas para que as pessoas possam voltar à “vida normal” o mais rápido possível.
Ainda segundo o ministro, só depois de as águas baixarem completamente será possível fazer um “inventário” final da dimensão da catástrofe em cada concelho, “em cada rua, em cada residência em cada empresa para determinar a real dimensão da necessidade de ações de recuperação das cidades e da normalidade da vida das pessoas.
“Certamente terá impacto no emprego no estado, o que certamente impactará o país. Ao mesmo tempo, as ações tomadas, uma vez consolidadas, deverão também ter um impacto positivo, especialmente na indústria, na construção e na comercialização de materiais de construção. Estima-se que será necessária a construção de 70 mil habitações, as escolas terão de ser reconstruídas e as unidades de saúde terão de ser reconstruídas. E recuperação de estradas e pontes, que já estão em processo”, disse o ministro.
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