O Dia dos Namorados, considerado uma das datas mais importantes para o setor de bares e restaurantes, depois do Dia das Mães, traz otimismo aos empresários, revela pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). A pesquisa entrevistou 2.748 empresários de todo o país e constatou que 74% esperam aumento no faturamento em relação ao ano passado. Destes, 66% esperam ganhar até 30% mais este ano.
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “O Dia dos Namorados é o melhor dia do ano. Não há receitas iguais. Enquanto o Dia das Mães pega mulheres casadas ou que já tiveram filhos. O Dia dos Namorados afeta a sociedade como um todo. Até as crianças às vezes têm namorados. É um dia que as pessoas começam a comemorar desde cedo. É um dia muito especial”, disse ele Agência Brasil.
Paulo Solmucci destacou que se não fosse a tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, o índice de empresas que esperam faturamento maior nesta data poderia ser muito maior. As chuvas e inundações agravaram as dificuldades enfrentadas pelas empresas, o que levou a que 53% dos estabelecimentos funcionassem com prejuízo em Abril e muitos não conseguissem pagar salários em Junho. Apenas 17% obtiveram lucro, segundo a pesquisa, que entrevistou 131 empresários gaúchos.
Em abril, a Abrasel constatou que 26% dos estabelecimentos mantiveram faturamento estável em relação a março, quando o índice chegou a 25%. Por outro lado, 36% dos empresários reportaram lucro, subindo um ponto percentual face aos 35% do mês anterior, enquanto 38% apresentaram equilíbrio financeiro.
Crescimento
A pesquisa do Dia dos Namorados revela que, em comparação com 2023, três em cada quatro empreendedores esperam ter um desempenho melhor este ano. Segundo Paulo Solmucci, o faturamento hoje cresce.
“Em 2020, foi o terreno, por conta da pandemia [da covid-19]. Em 2021, o setor começou a abrir. Talvez 2024 seja um ano melhor que o ano passado, que cresceu 15% [o faturamento] pela geração de empregos e maior renda para a população”, analisa Solmucci.
Segundo o empresário, o Brasil tem gerado muitos empregos, o que ajuda bastante. “Hoje temos uma das taxas de desemprego mais baixas. A inflação também diminuiu. Também não conseguimos repassar a inflação aos preços. Então, os preços no setor estão bastante contidos”, explicou.
Para o presidente da Abrasel, com o número de trabalhadores crescendo, assim como a renda, e com os preços das refeições em bares e restaurantes mais baixos, em termos relativos, do que a alimentação em casa, o cenário é muito positivo para o setor.
O índice de inflação acumulada entre maio de 2023 e abril de 2024, medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 3,69%. Examinando a capacidade de reajustar os preços do cardápio para acompanhar a inflação, verifica-se que 18% dos empresários conseguiram reajustar os preços abaixo da inflação, 34% conseguiram reajustar os preços apenas para acompanhar a inflação, 10% conseguiram reajustar os preços acima da inflação e 38 % não conseguiram ajustar os preços.
Atrasos
Quanto à questão dos atrasos nos pagamentos, incluindo encargos, impostos e aluguéis, a pesquisa indica que 40% dos empresários admitiram ter atrasos nos pagamentos, com destaque para impostos federais (72%), impostos estaduais (53%) e empréstimos bancários (38). %).
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