O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar, na próxima segunda-feira (6/10), aumento no orçamento das universidades e institutos federais (IFs), conforme Publicação dos ministros Camilo Santana (Educação) e Esther Dweck (Gestão).
Os recursos serão utilizados para cobrir despesas das instituições. O anúncio deverá ser feito durante a reunião do presidente com os reitores das universidades, marcada para a próxima segunda-feira.
“Vamos repassar mais recursos para cobrir despesas dos institutos e universidades federais. Fortalecer as instituições federais de ensino e os servidores públicos é prioridade do presidente @lulaoficial”, diz a legenda da publicação.
Além disso, o petista também deve dar mais detalhes sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das universidades e hospitais universitários. O foco do programa, segundo os ministros, será o “divulgação de obras de infraestrutura”.
“Já recompusemos o orçamento e reajustamos as bolsas de pesquisa e, na próxima semana, o presidente dará detalhes do PAC para universidades e hospitais universitários, em mais um edital de obras de infraestrutura”, informam Santana e Dweck.
A recomposição orçamentária ocorreu em maio após um pedido de aula. Após o aporte de R$ 250 milhões, o orçamento de 2024 voltou a patamar semelhante ao de 2023, permanecendo próximo de R$ 6,1 bilhões.
Confira a transferência para universidades federais:
- em 2023, foram R$ 6,2 bilhões
- em 2024, são R$ 5,9 bilhões —antes da recomposição do Ministério da Educação (MEC)
Governo Lula se mobiliza para “parar” greve
Como mostrado por Metrópoleso governo Lula, principalmente a liderança do PT, está se movimentando nos bastidores para tentar acabar com a greve dos professores universitários – que já dura mais de 50 dias – e dos técnicos administrativos – que já dura perto de 90 dias.
Dias antes do encontro com os reitores, uma delegação de dirigentes grevistas docentes se reuniu com a Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, a deputada federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e 13 presidentes de associações de professores (seções da Andes-SN), além de militantes filiados ao partido e representantes do Sindicato Nacional dos Professores das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN).
Um professor que não quis ser identificado e que esteve presente na reunião com o presidente do PT disse ao Metrópoles que o governo “quer desesperadamente algo para recuar na greve”, acrescentando que, se não conseguir, irá “desmoralizar”.
“Estão movimentando mundos e fundos dentro do governo, do PT, do Congresso, etc. O professor relatou que o governo Lula “conta até com o apoio de parlamentares da oposição” para conseguir acabar com a greve dos profissionais do ensino superior.
Vale destacar que o governo Lula sofre pressão dessa área, que reclama constantemente da falta de ações, projetos e repasses para instituições públicas de ensino superior. Além de readequação e reestruturação de carreira, a turma pede mais investimentos —sob o argumento da escassez de recursos para realizar pesquisas e até manter vagas de ensino abertas.
Orçamento da universidade é “insuficiente” para fechar 2024
Em entrevista com Metrópoleso reitor da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Márcia Abrahão, defendeu mais uma vez a reestruturação orçamentária das universidades federais brasileiras. Segundo o gestor, o valor atual é “insuficiente”.
Ela disse que os reitores defendem que o financiamento para as universidades federais em 2024 fique em torno de R$ 8,5 bilhões —o que significaria um adicional de cerca de R$ 2,5 bilhões no orçamento atual, que é de R$ 6,1 bilhões.
Até esta quarta-feira (5/6), segundo o presidente da Andifes, essas instituições públicas de ensino superior utilizaram mais da metade do orçamento previsto para 2024. O reitor teme que, nesse ritmo, as universidades não fechem o ano.
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