Por Bernardo Caram
(Reuters) – O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse neste sábado que fazer política monetária olhando para a inflação atual é como dirigir um carro olhando pelo retrovisor, enfatizando a importância de observar as expectativas para os preços à frente.
A afirmação, em fórum promovido pelo grupo Esfera Brasil, ocorre em meio a uma persistente piora nas expectativas dos analistas de mercado para a inflação nos próximos anos, mesmo diante de uma trajetória inflacionária atual benigna.
“Se o Banco Central fizesse política monetária usando a inflação atual, seria como dirigir um carro olhando pelo retrovisor, você vai bater o carro”, disse.
“Como o sistema de metas diz que precisamos fazer a meta convergir para frente, dentro de um horizonte relevante, entre 12 e 18 meses, é muito importante a gente entender esse trabalho de expectativa”, disse.
A diretoria do BC tem manifestado preocupação com a desancoragem das expectativas, com deterioração nas projeções nas últimas semanas para a inflação em 2024, 2025 e 2026.
As estimativas para o IPCA de 2025 – que abrange o horizonte de atuação do BC, considerando a defasagem dos efeitos da política monetária – estão em 3,77%, segundo o boletim Focus mais recente do BC, 3,64% há um mês.
A meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional é de 3% para este e para os próximos anos, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Questionado sobre o risco de aumento dos preços dos combustíveis sob efeito da medida provisória do governo que limitou o uso de créditos tributários pelas empresas, Campos Neto afirmou que um ajuste na gasolina neste momento estaria fora do escopo de atuação do BC.
Destacou que “o que importa” é compreender como o mercado incorpora movimentos deste tipo nas expectativas de inflação, sendo também importante avaliar a sustentabilidade fiscal e a visão dos analistas sobre a trajetória da dívida pública.
A taxa básica de juros está atualmente em 10,50% ao ano, após o BC ter decidido desacelerar o ritmo de flexibilização monetária com corte de 0,25 ponto percentual na Selic em maio, citando incertezas no ambiente econômico.
“É claro que gostaríamos de ter a menor taxa de juros possível, mas a nossa taxa de juros estrutural é alta”, afirmou Campos Neto.
Ao afirmar que o Tesouro Nacional está emitindo títulos com vencimento em 2055 com remuneração real acima de 6% ao ano, argumentou que o movimento da Selic não é capaz de determinar o nível das taxas de juros de longo prazo.
Para o presidente do BC, os juros de longo prazo no país caíram quando aumentou a percepção de credibilidade da política econômica, como o estabelecimento do teto de gastos públicos ou a implementação do quadro fiscal do atual governo.
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