SÃO PAULO (Reuters) – O Bunge (NYSE:) anunciou nesta segunda-feira a exportação para a Tailândia de 185 mil toneladas de farelo brasileiro rastreado com tecnologia blockchain para comprovar que o produto é livre de desmatamento.
Segundo comunicado, o embarque foi possível após acordo com a tailandesa BKP, subsidiária da CP Foods, que visa aumentar a transparência no embarque de soja “sustentável”.
O embarque de cerca de 185 mil toneladas de farelo de soja livre de desmatamento também foi realizado para testar a solução conjunta de blockchain digital das empresas para rastreabilidade da soja sustentável.
Outros três navios, totalizando mais 180 mil toneladas de farelo de soja, deverão ser embarcados até julho de 2024, por meio do acordo.
O pacto envolve oleaginosas e seus derivados originados pela Bunge no Brasil e destinados a diversos países da Ásia, onde as empresas produzem e comercializam rações e alimentos.
“Adicionar uma camada de tecnologia blockchain melhora a transparência na rastreabilidade ponta a ponta que a Bunge já faz há alguns anos”, disse o vice-presidente de Agronegócio para a América do Sul da Bunge, Rossano de Angelis Jr., em comunicado.
A tecnologia permite à CP Foods acompanhar integralmente o produto, desde a origem do grão nas fazendas, passando pelo seu processamento e transporte até o desembarque no destino final.
Segundo a Bunge, os produtos atendem aos protocolos de verificação socioambiental dos fornecedores da empresa e da empresa tailandesa e foram cultivados em “regiões de alta prioridade e com desmatamento zero desde 2020, em linha com a data limite do padrão de originação customizada desenvolvido para a CP Alimentos”.
A plataforma também permite o acesso a informações como a pegada de carbono dos volumes vendidos e se as fazendas de origem adotam práticas agrícolas regenerativas.
A Bunge afirma em comunicado que, desde o final de 2022, seu sistema de monitoramento de fornecedores abrange mais de 16 mil fazendas e cerca de 20 milhões de hectares na América do Sul. O sistema de satélite é capaz de identificar mudanças no uso do solo e no plantio de soja em cada propriedade monitorada.
No Brasil, a Bunge afirma monitorar toda a sua rede de fornecimento direto em áreas com risco de desmatamento e espera cobrir totalmente a rede indireta em 2025. Mais de 97% do volume de soja adquirido pela Bunge no Brasil está livre de desmatamento e conversão verificada , segundo a empresa, o que a aproxima de sua meta de cadeias livres de desmatamento em 2025.
(Por Roberto Samora)
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