euro recua, com política da França em foco; dólar oscila antes de CPI e Fed Por Estadão Conteúdo

O euro caiu pelo segundo dia em relação a esta terça-feira, 11, novamente sob pressão devido às incertezas sobre a situação política em França, depois de no fim de semana o presidente Emmanuel Macron ter convocado eleições antecipadas para o Legislativo, face à derrota do seu partido na corrida para o Parlamento Europeu. Além disso, a moeda americana foi apoiada pelas expectativas com a divulgação na quarta-feira do índice de preços ao consumidor (IPC) e a decisão da Reserva Federal (Fed, banco central norte-americano), mas não houve um sinal único, com a libra a recuperar impulso ao longo do dia.

No final da tarde em Nova York, o dólar subiu para 157,06, caiu para US$ 1,0745 e a libra subiu para US$ 1,2744. O índice, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,08%, aos 105.230 pontos.

Em França, os partidos de esquerda e de direita procuravam coligações, antes de disputarem as urnas em duas voltas, em 30 de junho e 7 de julho. A extrema-direita, com o partido Reagrupamento Nacional, teve um forte resultado na votação do Parlamento Europeu, mas Macron aposta que o resultado a nível nacional o poderá favorecer. Nesta terça, o presidente descartou renunciar, qualquer que seja o veredito na disputa legislativa.

O ING comenta, num relatório a clientes, que a incerteza política francesa pressiona os mercados obrigacionistas do país e também contém o euro face ao dólar. A Eurásia considerou que um Parlamento francês eventualmente comandado pela extrema direita poderia ameaçar a aprovação de financiamento para interesses comuns da União Europeia, como a defesa ou a ajuda à Ucrânia na guerra contra a Rússia.

Já na agenda do Reino Unido, a taxa de desemprego aumentou 4,4% nos três meses até Abril. Nos três meses até março, situou-se em 4,3% e os analistas projetaram que permaneceria inalterado. O salário médio semanal no país, excluindo gratificações, aumentou 6,0% em termos homólogos no trimestre encerrado em abril, repetindo a variação observada no trimestre encerrado em março, quando se esperava um aumento de 6,1%. O BBH comentou, após os dados, que a situação no mercado de trabalho britânico está a abrandar, mas o mercado ainda não precifica no nível em que o banco de investimento considera adequado a possibilidade de um corte na taxa de juro em Agosto, por parte do Banco de Inglaterra (BoE, na sigla). Em inglês).

Nos EUA, há expectativa para o IPC de maio na próxima manhã, com analistas geralmente esperando a manutenção do quadro do mês anterior ou apenas uma desaceleração modesta em relação aos dados de abril, dependendo do componente. Com a inflação persistente, os analistas também esperam que a Fed reveja em baixa o número de cortes de juros até ao final deste ano, com ajustamentos prováveis ​​também em horizontes mais longos, enquanto a política monetária deverá ser mantida amanhã.

Frente às moedas emergentes, o dólar subiu para 18,5327 pesos mexicanos. A moeda do México continuou pressionada pelo quadro político local, com possibilidade de aprovação de reformas constitucionais que desagradam aos investidores. Hoje, a presidente eleita, Claudia Sheinbaum, minimizou a reação dos mercados às discussões sobre esta reforma, considerando que a economia do país continua “sólida” e com um mercado consumidor interno fortalecido.