Um grupo de sindicatos que representam policiais e agentes de segurança pública de Minas Gerais se uniu para pagar cartazes criticando o governador Romeu Zema (Novo) pela política de reajuste salarial adotada no Estado. A gestão do chefe do Executivo mineiro é comparada com a dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União), que são elogiados. Os três são considerados possíveis candidatos à presidência em 2026.
O governo Zema não quis comentar a comparação com outros governadores, mas defendeu a política de recuperação salarial diante das dificuldades fiscais enfrentadas pelo governo estadual. Os outdoors foram instalados em Araxá (MG), cidade do Triângulo Mineiro onde Zema nasceu, e em Goiânia (GO), onde o governador participou de evento do Partido Novo no último fim de semana.
“Os garimpeiros não querem o mesmo mal para o Brasil. Zema nunca mais!”, diz a frase ao lado da foto do governador. “Apoiamos governadores que valorizam a segurança pública”, afirma o texto colocado ao lado das fotografias de Tarcísio e Caiado.
A relação de Zema com autoridades de segurança pública tem sido turbulenta desde o seu primeiro mandato. No início de 2020, o chefe do Executivo mineiro descumpriu o acordo que havia firmado com a categoria para compensar perdas salariais por conta da inflação desde 2015, no governo de Fernando Pimentel (PT).
Nas últimas semanas, o governo propôs uma recuperação geral de 3,62%, um ponto percentual abaixo da inflação registrada em 2023. Após protestos e pressões dos deputados, o Palácio Tiradentes enviou uma nova proposta, com índice de 4,62%, que foi aprovada pelo Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“O governador nos deve 41,6% desde 2015, enquanto deu um aumento de 300% para ele, o vice-governador e os secretários”, diz Wemerson Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol-MG). “O Zema está nessa disputa com o Caiado e o Tarcísio para ver quem será o candidato a presidente. As faixas são justamente para se queimar e mostrar ao resto do Brasil e ao povo mineiro que o governador Romeu Zema não vale nada como gestor”, ele adicionou.
Outra dirigente sindical, Aline Risi, diz que é um governo “sem palavra”. “Não é um Estado eficiente. Pelo contrário: Minas Gerais está completamente fora dos trilhos”, afirma, ironizando os slogans de campanha de Zema.
O governo Romeu Zema afirmou, em nota, que mesmo com o Estado em “situação fiscal delicada”, os servidores públicos receberam os seguintes percentuais do total de reajustes desde 2019: 27,68% para segurança pública; 27,52% para educação e 14,68% para outras categorias.
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