Vindo de perda de 1,40% na quarta-feira, quando tanto em Nova York quanto já renovaram máximas históricas de fechamento, o banco manteve-se na defensiva nesta quinta-feira, 13, mesmo com a relativa descompressão observada no câmbio e na curva de juros doméstica. O índice B3 (BVMF:) permaneceu na linha d’água durante grande parte da sessão e fechou abaixo dela, com queda de 0,31%, aos 119.567,53 pontos. Prolongou assim a série negativa que a coloca agora na décima renovação do mínimo de fecho do ano desde 28 de maio, num intervalo de 12 sessões – em que subiu em apenas duas.
Após o fortalecimento do giro na quarta-feira com o vencimento das opções do Ibovespa, o volume financeiro desta quinta caiu para R$ 18,4 bilhões. Na semana, o índice B3 caiu 0,99%, colocando as perdas do mês em 2,07% e as do ano em 10,89%. Nesta quinta, oscilou entre a mínima de 119.170,66 e a máxima de 120.222,24, abrindo em 119.936,02 pontos. Em Nova Iorque, o quadro é diferente, com o S&P 500 a subir 2,96% e o Nasdaq a subir 5,57% na primeira quinzena de junho.
No início da tarde, os ativos domésticos voltaram a mostrar volatilidade durante novo discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre controle de gastos, mas desta vez os comentários resultaram em mínimas da sessão para os juros futuros e para o real. Em entrevista à ministra do Planejamento, Simone Tebet, Haddad disse que está em andamento uma intensificação do trabalho na agenda de revisão de gastos, para que o orçamento para 2025 seja apresentado como estruturalmente “bem montado” – e que garanta “tranquilidade ” na abordagem das questões fiscais.
Disse ainda esperar que até o final de junho haja “clareza” em relação aos gastos do orçamento do próximo ano, disseram as jornalistas Amanda Pupo e Giordanna Neves, de Brasília, de TransmissãoSistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
“Ainda não se sabe o que de fato virá do lado do governo no sentido de responsabilidade fiscal e controle de gastos, mas o discurso do Haddad ajudou hoje, principalmente no câmbio e na curva de juros, depois do estresse, ontem, do presidente As palavras de Lula sobre ‘arrumar a casa’ e ‘colocar as contas em ordem'”, que não foram muito convincentes, observa Gustavo Harada, chefe da mesa de renda variável da Blackbird Investimentos, acrescentando que, abaixo do apoio de 119,3 mil pontos, O Ibovespa poderá atingir 115,6 mil pontos, na ausência de catalisadores que contrariem a correção em curso.
Harada considera que a taxa de câmbio deve permanecer na faixa de R$ 5,35 a R$ 5,37 por algum tempo, refletindo não apenas a incerteza fiscal interna, mas também a chance de o Federal Reserve promover um corte na taxa de juros apenas neste ano – e possivelmente apenas no última reunião de 2024, em dezembro. “Há um contexto, interno e externo, que tem favorecido a retirada de recursos externos da Bolsa brasileira ao longo do ano. Os múltiplos das empresas – que, em geral, apresentaram bons resultados no primeiro trimestre – permanecem muito baixos, mas ainda não há atração de investimentos estrangeiros para essas ações”, acrescenta.
“Hoje foi mais um dia em que o Ibovespa teve muita dificuldade em emular, no mínimo, o que vem acontecendo nos Estados Unidos nos índices de Nova York, com a renovação das máximas históricas do Nasdaq e do S&P 500, ontem como bem como hoje”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, mencionando dados recentes de inflação mais baixa nos Estados Unidos, com o tom ainda agressivo (forte) da Reserva Federal, na quarta-feira, tendo-se mantido dentro do que o mercado esperava.
Na B3, as ações cíclicas, mais sensíveis aos custos do crédito, continuam sofrendo mesmo com a curva de juros doméstica tendo devolvido, nesta quinta-feira, parte dos excessos da véspera, observa Spiess. “O Brasil enfrenta seus próprios demônios, seus próprios problemas e, portanto, não pode replicar o que aconteceu em novembro ou dezembro do ano passado”, afirma o analista. Ao final de 2023, o mercado local acompanhou o entusiasmo externo em torno da expectativa, então, de fortes cortes de juros do Federal Reserve para 2024 – o que não se confirmou, mas colocou o Ibovespa em máximas históricas.
Nesta quinta-feira, a ação mais importante do Ibovespa, a Vale ON (BVMF:), que ainda acumula perda de 3,75% no mês e 17,67% no ano – devido, principalmente, às perspectivas para a demanda chinesa, que diretamente afeta o preço do -, conseguiu subir 1,15%, ainda negativo para Petrobras ON (BVMF:) (-1,31%) e PN (-1,01%). Mesmo com o minério subindo 0,93% em Dalian (China), o fechamento foi negativo para outros nomes do setor metalúrgico, como CSN (BVMF:) (ON -0,08%) e Gerdau (BVMF:) (PN -0,23%).
Entre os grandes bancos, a sessão foi mista, entre perda de 1,05% (Itaú (BVMF:) PN, na mínima do dia no fechamento, a R$ 31,17) e ganho de 0,68% (BB (BVMF 🙂 ON). Na liderança do Ibovespa, destacam-se Raízen (BVMF:) (+4,87%), Pão de Açúcar (BVMF:) (+3,45%) e CSN Mineração (BVMF:) (+3,31%). No lado oposto, MRV (BVMF:) (-4,48%), Vamos (-4,43%) e Petz (BVMF:) (-3,43%).
“A dúvida do mercado gira em torno da capacidade do governo de cumprir as metas determinadas pelo marco fiscal, que vem perdendo credibilidade com as mudanças do mês passado, e também com a dificuldade em aprovar, no Congresso, medidas para aumentar a arrecadação”, afirma Jaqueline Kist, sócio da Matriz Capital. “Enquanto Haddad anuncia hoje uma revisão ‘ampla, geral e irrestrita’ das despesas, em linha com as exigências do mercado para contenção de custos, o Senado também anuncia a elaboração de um novo projeto para compensar a desoneração da folha de pagamento pelo lado da receita”, acrescenta. ela.
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